Família de jovem com autismo que sofreu intensas dores em hospital durante uma crise epiléptica inicia campanha para arrecadar fundos para o tratamento
Família de adolescente autista com epilepsia mobiliza redes sociais e cria vaquinha para tratamento fora de MT
A luta da família de Vicente Meireles Gomes, de 13 anos, tem mobilizado centenas de pessoas nas redes sociais nos últimos dias. Diagnosticado com autismo, epilepsia refratária e uma síndrome neurológica rara, o adolescente passou por um quadro crítico de saúde no último final de semana, marcado por crises convulsivas intensas e fortes dores de cabeça.
Sem recursos para arcar com os custos elevados do tratamento, os familiares criaram uma vaquinha online com o objetivo de arrecadar R$ 30 mil. Em apenas 24 horas, cerca de R$ 5 mil já haviam sido doados.
Vicente chegou a ficar internado por 48 horas no Hospital Municipal de Cuiabá, onde, segundo relatos da família, permaneceu gritando de dor sem conseguir realizar um exame fundamental para seu diagnóstico: a angiotomografia.
A demora no atendimento e a ausência de uma avaliação neurológica levaram a mãe do adolescente a denunciar o caso nas redes sociais, onde relatou episódios de negligência e omissão por parte da unidade hospitalar.
Diante da repercussão, Vicente foi transferido para o Hospital Geral Universitário (HGU), onde recebeu atendimento básico. No entanto, a estrutura hospitalar em Mato Grosso ainda é considerada insuficiente para a complexidade do quadro de saúde do adolescente, e o tratamento deverá ser continuado em outro estado.
A vaquinha virtual busca custear exames e consultas especializadas, passagens, hospedagens, medicamentos, alimentação e demais despesas relacionadas ao tratamento de Vicente fora do estado.
A mãe do adolescente é acadêmica de Saúde Coletiva na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), presidente de associações ligadas à saúde e integrante do conselho gestor municipal. Apesar da experiência e do envolvimento direto na luta pelo fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS), ela afirma ter sido vítima da omissão institucional.
“Cuiabá merece ser tratada com respeito. Não só Vicente, são vidas perdidas que poderiam ser salvas com intervenção correta”, escreveu em suas redes sociais.
