Júlio Campos critica Edna Sampaio por negociar CPI do Feminicídio com governo: “Assembleia não tem que pedir bênção”

0
13
Foto: Marcos Lopes/ALMT
ALMT

O deputado estadual Júlio Campos (União) criticou publicamente a postura da colega parlamentar Edna Sampaio (PT), autora do requerimento para criação da CPI do Feminicídio na Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT). Segundo ele, ao procurar o secretário-chefe da Casa Civil, Fábio Garcia, para tratar do tema, Edna comprometeu a independência do Legislativo.

“Eu não entendi por que, ao assinar uma CPI, ela foi ao Palácio conversar com o chefe da Casa Civil. O erro começou por ali. A Assembleia tem que mostrar independência. O dia que se requer uma CPI não é para pedir bênção ao governo, mesmo que a investigação possa contrariar interesses. O governo não tem nada a ver com esse tipo de CPI”, declarou Júlio.

O parlamentar negou rumores de que teria retirado seu apoio à comissão e afirmou que mantém sua assinatura no requerimento. “Assinei e mantive. A essa altura da minha vida, com quase 80 anos, eu não faço esse tipo de coisa. Nem admito pressão, até porque todos sabem da minha posição de independência”, garantiu.

Para Júlio Campos, a CPI é necessária diante da crescente violência contra mulheres no Estado. Ele citou dois episódios recentes: a agressão verbal sofrida pela prefeita de Pedra Preta por parte de um vereador, e a agressão física contra uma jornalista em Cuiabá, por um policial aposentado. “Isso mostra a necessidade de debatermos com seriedade a violência contra a mulher”, afirmou.

Embora tenha dito que não foi alvo de pressões, o deputado insinuou que o Executivo agiu para interferir no processo. “Parece que houve outros interesses, que o governo ficou preocupado e resolveu agir. Mas, da minha parte, não recebi nenhum pedido para retirar a assinatura.”

O requerimento da CPI foi apresentado por Edna Sampaio com 13 assinaturas, número superior ao mínimo exigido. No entanto, a instalação da comissão ainda depende da análise da Mesa Diretora da ALMT, que avalia a legalidade do pedido.

FONTE – RESUMO