Mato Grosso conta atualmente com 193 restos humanos que ainda não foram identificados, segundo informações da Rede Integrada de Banco de Perfis Genéticos da Perícia Oficial e Identificação Técnica, conhecida como Politec.
O Instituto Médico Legal (IML) do estado enfrenta desafios ao atender a alta demanda, pois muitos corpos não são reclamados, resultando em seu armazenamento sem identificação. Alguns dos principais obstáculos incluem a falta de registros dentários, a ausência de coleta de DNA por parte de familiares e a lentidão dos processos de exames genéticos.
Dos restos mortais não identificados, sete pertencem aos doze corpos descobertos em um cemitério clandestino localizado em Lucas do Rio Verde, encontrado no começo do ano. Até o momento, apenas cinco vítimas foram reconhecidas através de análises de material genético, enquanto os outros ainda estão sendo examinados pela Politec.
Além das vítimas do cemitério clandestino, os outros restos mortais refletem a dificuldade das investigações que envolvem desaparecimentos e crimes violentos no estado.
Criada pelo Decreto nº 7.950/2013, a Rede Integrada de Bancos de Perfis Genéticos (RIBPG) tem como principal objetivo a manutenção, compartilhamento e comparação de perfis genéticos para apoiar investigações criminais e processos judiciais. Essa iniciativa envolve a Secretaria Nacional de Segurança Pública (SENASP), a Polícia Federal e as demandas das Secretarias de Segurança Pública estaduais.
Além do contexto de criminalidade, os bancos de perfis genéticos são fundamentais para a busca e identificação de indivíduos desaparecidos. Em tais situações, os perfis genéticos de restos humanos não identificados são equiparados a amostras de familiares ou materiais de referência do desaparecido, como dentes de leite, cordão umbilical, próteses dentárias ou roupas íntimas.
Vale ressaltar que as amostras que são doadas de forma voluntária por familiares de desaparecidos não têm aplicação em investigações criminais, servindo exclusivamente para a identificação da pessoa desaparecida. Todo o banco de dados genéticos é mantido em sigilo, com acesso restrito e controlado.
Para auxiliar no processo de identificação, a Politec oferece um canal de atendimento para agendamento de coletas de DNA pelo telefone (65) 99108-0142.