O governador Mauro Mendes (União) ressaltou nesta semana que o diálogo deve ser o principal caminho para superar o impasse comercial e diplomático entre Brasil e Estados Unidos, mas deixou implícito que essa postura precisa ser acompanhada de resultados concretos — e não apenas de discursos.
A declaração ocorre após o anúncio de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva poderá se reunir com Donald Trump, durante a Assembleia Geral da ONU. O encontro, segundo o republicano, foi rápido, mas serviu de aceno para negociações futuras.
“Diálogo é sempre bom, mas precisa haver disposição real das duas partes. É positivo quando há abertura para conversar, mas isso tem que vir acompanhado de firmeza e clareza na defesa dos interesses do país. Só falar em diálogo não resolve nada”, afirmou Mauro.
As falas de Trump, destacando o gesto cordial, contrastam com a ausência de Lula sobre o tema em seu discurso na ONU. O petista preferiu centrar suas críticas em sanções unilaterais e no avanço do autoritarismo mundial, sem mencionar diretamente o atrito recente com os Estados Unidos.
A crise entre os dois países se agravou em julho, quando Washington impôs tarifas a produtos brasileiros e adotou medidas contra autoridades nacionais. Para críticos, a omissão de Lula em abordar de frente a questão mostra fragilidade e falta de prioridade na defesa do setor produtivo.
Mauro comparou a situação a conflitos do cotidiano: “Se dentro de casa ou em qualquer relação a gente evita conversar, o problema só aumenta. Nas relações internacionais é a mesma coisa. É preciso diálogo, mas com resultados concretos. O Brasil não pode se contentar apenas com gestos protocolares”.
O posicionamento do governador reforça cobranças de que Lula precisa deixar de lado discursos genéricos e assumir uma condução mais firme diante das pressões externas, sob pena de o país acumular perdas comerciais sem reação à altura.
