Medeiros classifica prisão de Bolsonaro como marco de perseguição política de Estado: “Brasil atravessou uma fronteira perigosa”

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Foto: Reprodução
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O deputado federal José Medeiros (PL) criticou a prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e afirmou que o país vive um momento perigoso, em que diferenças políticas estariam sendo tratadas como caso de perseguição.

Em vídeo nas redes sociais, ele disse que a decisão do STF “atinge todos os brasileiros”, e não apenas o ex-presidente.

“Hoje, o Brasil acaba de atravessar a fronteira que separa o conflito político da perseguição política de Estado. Quando o ex-presidente, com milhões de votos, é preso sem que exista um processo transparente, com regras claras, isso não é sobre o Bolsonaro, isso é sobre todos nós”, afirmou.

Medeiros criticou o que classificou como um uso flexível da Constituição para justificar decisões excepcionais.

“Quando a Constituição vira apenas um pedaço de papel que pode ser reinterpretado a bel prazer, não tem amanhã seguro. É assim que as democracias morrem, não com tanques, mas com a desculpa de que é só dessa vez, é por um bem maior”, disse.

Em tom de alerta, ele afirmou que normalizar medidas arbitrárias contra adversários políticos abre precedentes que podem atingir qualquer cidadão no futuro.

“Quando você normaliza o arbítrio contra quem você não gosta, você autoriza que ele seja usado contra quem você gosta. Enquanto o Brasil finge que está tudo dentro da normalidade, o crime organizado avança, as fronteiras estão abertas e o aparato judicial se ocupa em destruir o único político que poderia tirar o Brasil dessa dificuldade”.

Para o deputado, a prisão de Bolsonaro marca o início de um novo ciclo político, que ele considera preocupante.

“O que está acontecendo não é o fim de uma pessoa, é o começo de um regime. Mais cedo ou mais tarde o país vai acordar para o tamanho do erro. Prendem um homem porque não gostam dele, mas não podem prender a ideia que ecoa na mente dos brasileiros há muito tempo. Ideias não se prendem.”

Prisão

A declaração de Medeiros veio horas após a Polícia Federal prender Bolsonaro em sua casa, em Brasília, por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O ex-presidente, condenado a 27 anos e três meses de prisão, estava em regime domiciliar desde agosto e foi levado à Superintendência da PF.

A decisão que converteu a medida em prisão preventiva cita risco à ordem pública e a convocação de uma vigília por aliados como fatores determinantes.