Médico preso por morte de adolescente já havia sido alvo de medida protetiva por ex-companheira

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Foto: Reprodução
ALMT

O médico Bruno Felisberto do Nascimento Tomiello, de 29 anos, preso nesta segunda-feira (6) após confessar ter atirado na cabeça da namorada Kethlyn Vitória da Silva, de 15 anos, já havia sido alvo de uma medida protetiva de urgência solicitada por uma ex-companheira em 2022. A informação foi confirmada pelo delegado Waner Neves, responsável pela investigação do caso. A Polícia Civil agora apura se o disparo que matou a adolescente foi realmente acidental, como alegado pelo suspeito.

O feminicídio ocorreu na madrugada de sábado (3), em Guarantã do Norte, a 715 km de Cuiabá. Segundo depoimento prestado pelo médico, ele e Kethlyn haviam consumido bebida alcoólica após um passeio. A adolescente teria pedido para dirigir o carro, sentando-se no colo do companheiro. No momento em que Bruno manuseava a arma, acreditando que estivesse desmuniciada, o disparo teria ocorrido.

Após o tiro, o médico afirmou que levou Kethlyn ao hospital e acompanhou os esforços de reanimação por cerca de 40 minutos. Ainda segundo ele, em estado de choque, danificou parte da estrutura da unidade de saúde e fugiu. Posteriormente, se apresentou na Base Aérea do Cachimbo, no Pará, e foi entregue à Polícia Civil, que já havia solicitado sua prisão preventiva. Durante as diligências, ele levou os investigadores até uma ponte onde havia descartado a arma utilizada.

Embora tenha confessado o disparo, o médico não foi imediatamente autuado por homicídio doloso. A Polícia Civil trabalha para esclarecer as circunstâncias do crime e decidir se o indiciamento será por homicídio com ou sem intenção. O histórico de medida protetiva pode influenciar na qualificação do crime.

Outro ponto sob investigação é o relacionamento entre Bruno e Kethlyn. Caso fique comprovado que ele iniciou o envolvimento com a adolescente antes de ela completar 15 anos — o que ocorreu em 31 de março —, o médico poderá também responder por estupro de vulnerável, crime previsto na legislação brasileira quando há relação com menores de 14 anos.

Até o momento, o Conselho Regional de Medicina (CRM) não se pronunciou sobre o caso e informou que aguarda a conclusão das apurações para se manifestar oficialmente.

FONTE – RESUMO