A ex-esposa do empresário Idirley Alves Pacheco, de 40 anos, prestou um novo depoimento à Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), no qual confirmou que mantinha um relacionamento com o ex-jogador de vôlei Everton Pereira Fagundes da Conceição, de 46 anos, assassinado na última quinta-feira (10), em Cuiabá. Ela também declarou que a arma utilizada no crime pertencia a Idirley, seu ex-marido, e não à vítima.
A nova versão contrasta com a apresentada anteriormente pelo advogado de defesa de Idirley, Rodrigo Pouso. Segundo ele, o cliente alegou ter desarmado Everton durante uma discussão após o ex-jogador supostamente sacar a arma. A defesa sustenta que o primeiro disparo ocorreu no momento de uma colisão entre veículos, seguida dos demais tiros.
Entretanto, o delegado responsável pelo caso, Caio Albuquerque, afirmou em entrevista ao programa Cadeia Neles, da TV Vila Real, que o depoimento da mulher mudou o rumo das investigações. De acordo com ela, Idirley teria armado uma emboscada para a vítima. O acusado teria se aproveitado de um encontro previamente combinado para obrigar Everton a dirigir uma caminhonete até um local desconhecido, sob ameaça de arma de fogo.
A testemunha relatou que o ex-marido entrou no veículo conduzido por Everton, após esconder a arma sob a camisa. “Ela viu quando ele sacou a arma e entrou pela porta traseira da caminhonete onde estava a vítima. Apontou a pistola para a cabeça dele e ordenou que dirigisse. Everton chegou a pedir para que ele não fizesse aquilo, mas foi forçado a seguir em fuga”, afirmou o delegado.
Segundo a mulher, o relacionamento com Everton teria se iniciado cerca de um mês antes do crime. Inicialmente, ele teria se aproximado para ajudar na separação do casal, mas nos últimos dias o vínculo evoluiu para um romance. Ela garantiu que Idirley desconhecia a relação amorosa e que o relacionamento entre os dois já era conturbado há anos, marcado por controle excessivo, restrição de liberdade e agressões emocionais — características típicas de um contexto de violência doméstica.
“A vítima relatou que vivia um relacionamento opressor, onde não podia trabalhar nem estudar. Ainda assim, não falava sobre isso com a família”, afirmou Albuquerque.
Em sua versão, Idirley nega qualquer motivação passional. Alega que o crime teria sido motivado por uma suposta extorsão praticada por Everton. A polícia, no entanto, ainda apura essa hipótese.
“Vamos investigar essa linha para verificar se há indícios concretos dessa alegação, quais seriam os valores envolvidos e se há outras pessoas relacionadas. Por ora, é uma versão isolada do acusado”, acrescentou o delegado.
Entenda o caso
O assassinato aconteceu no bairro Residencial Paiaguás, em Cuiabá. Segundo as investigações iniciais, Idirley teria atraído Everton para ajudá-lo a esconder uma caminhonete. A ex-esposa do suspeito, que acompanhava a dupla em outro carro, aparentemente não sabia do plano. A dinâmica do crime e as contradições nos depoimentos agora são peças-chave na apuração do homicídio.
FONTE – RESUMO