MP de Mato Grosso descarta envolvimento de três suspeitos no assassinato de Emelly Beatriz
O Ministério Público de Mato Grosso (MPMT) descartou o envolvimento de Cristian Albino Cebalho de Arruda, Cícero Martins Pereira Júnior e Alédson Oliveira da Silva no assassinato da adolescente Emelly Beatriz Azevedo Sena, de 16 anos. A jovem, que estava grávida de nove meses, foi brutalmente assassinada em março deste ano pela bombeira civil Nataly Hellen Martins Pereira, que retirou o bebê de seu ventre.
Investigação e absolvição dos suspeitos
O trio, composto pelo marido, irmão e cunhado de Nataly, chegou a ser preso no dia do crime, mas foi liberado por falta de provas. Em entrevista coletiva realizada na quarta-feira (2), o promotor Rinaldo Segundo esclareceu que há evidências concretas que comprovam que os três homens não estavam na cena do crime.
“São pessoas que colaboraram com a polícia desde o primeiro momento. Todos têm álibis de câmeras. Um estava no Jardim Itália, outro em um restaurante, e o terceiro no hospital. Também há testemunhas que confirmam esses álibis. Não se trata de provas fracas contra eles; simplesmente não há indícios que os vinculem ao crime”, afirmou o promotor.
Segundo Rinaldo Segundo, a precipitação em apontar culpados poderia ter levado a uma injustiça grave. “Se fosse feita a justiça com as próprias mãos, possivelmente essas três pessoas poderiam ser mortas. Por isso é essencial que as investigações sejam conduzidas com rigor e responsabilidade”, destacou.
Relembre o caso
Emelly desapareceu em 12 de março, após sair de casa, no bairro Eldorado, em Várzea Grande, informando à família que buscaria doações de roupas em Cuiabá. Horas depois, Nataly Hellen deu entrada no Hospital e Maternidade Santa Helena com um recém-nascido, alegando ter dado à luz em casa.
A farsa foi descoberta quando os médicos constataram que Nataly nunca esteve grávida. O bebê apresentava sinais de higienização recente e não havia indícios de parto. Diante das inconsistências, a polícia iniciou uma investigação e encontrou o corpo de Emelly na manhã seguinte, enterrado em uma cova rasa nos fundos da casa dos pais da suspeita.
Denúncia e crimes imputados
Nataly Hellen foi presa em flagrante e confessou ter matado a adolescente sozinha para roubar o bebê. O Ministério Público a denunciou por oito crimes: feminicídio, tentativa de aborto, subtração de recém-nascido, parto suposto, ocultação de cadáver, fraude processual, falsificação de documento particular e uso de documento falso.
As investigações continuam para esclarecer todos os detalhes do crime e garantir que os responsáveis sejam devidamente punidos.