Na madrugada de terça-feira (28/10), por volta das 5h30, equipes da Polícia Civil e da Polícia Militar do Rio de Janeiro subiram o morro com mandados de prisão — 100 ao todo, sendo 70 decorrentes de investigação específica contra o Comando Vermelho. Já no topo do território dominado pelo tráfico, os agentes foram diretamente recebidos a tiros. Imagens captadas de câmeras corporais mostram policiais procurando abrigo atrás de muros de concreto, enquanto o som dos disparos ecoava. A operação resultou na morte de 117 suspeitos — incluindo 40 de outros estados —, ferindo mais de dez agentes e provocando a morte de quatro policiais, configurando-se como a mais sangrenta da história do Rio.
Imagens obtidas pela coluna Mirelle Pinheiro, do Metrópoles, mostram o cenário de guerra enfrentado pelas forças de segurança. Policiais aparecem buscando abrigo atrás de muros, carros e vielas, enquanto rajadas de fuzil cortam o ar. Em determinados momentos, é possível ouvir ordens sendo gritadas entre os agentes, que tentavam se reorganizar diante do ataque surpresa.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública do Rio, a operação foi deflagrada após meses de investigação sobre o fortalecimento do Comando Vermelho nas comunidades. O grupo estaria usando drones-bomba e armas de alto calibre para dificultar o avanço das forças policiais. “Eles estavam fortemente armados e preparados para resistir”, relatou um dos investigadores que participou da ação.
Durante o cerco, foram apreendidos fuzis, granadas, carregadores e munições, além de grande quantidade de drogas. A polícia também identificou suspeitos oriundos de outros estados, recrutados para reforçar o poder do tráfico na região. Dos 100 mandados expedidos, cerca de 30 foram cumpridos até o momento.
O balanço final, no entanto, chama atenção pelo alto número de mortes: 117 suspeitos foram mortos, além de quatro policiais, e dez agentes ficaram feridos. A operação também deixou moradores em pânico, com relatos de tiroteios contínuos, casas atingidas por balas e escolas fechadas.
O governo do Rio de Janeiro classificou a ação como “necessária para conter o avanço do crime organizado” e prometeu apoio às famílias dos policiais mortos. Organizações de direitos humanos, por outro lado, criticaram a falta de planejamento e a intensidade do confronto, apontando possíveis abusos e execuções.
Ainda segundo o Metrópoles, as investigações continuam para identificar os líderes da facção que conseguiram escapar do cerco. O Ministério Público do Rio deve acompanhar as apurações sobre as circunstâncias das mortes e o uso da força durante a operação.
A ação é considerada uma das mais letais da história do estado, reacendendo o debate sobre a política de segurança pública no Rio de Janeiro — entre a necessidade de combater o tráfico e a urgência de evitar tragédias em comunidades marcadas pela violência.


























