Polícia Civil promove seminário sobre crimes contra mulheres; Estado já registra mais de 35 feminicídios em 2025

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ALMT

A Polícia Civil de Mato Grosso realiza, nesta quarta e quinta-feira (27 e 28), o seminário “Investigação de Delitos Cometidos Contra Mulheres Por Razões de Gênero”. A iniciativa, organizada pela Coordenadoria de Enfrentamento à Violência Contra a Mulher e Vulneráveis, reúne 117 policiais civis de todas as 15 regionais do Estado, com ênfase na participação de agentes lotados em delegacias do interior.

O objetivo do encontro é aprimorar a qualificação dos profissionais que atuam diretamente nas investigações de crimes de violência doméstica, familiar e sexual. A proposta busca padronizar procedimentos e garantir um atendimento mais humanizado às vítimas, além de assegurar maior segurança jurídica aos agentes envolvidos nas apurações.

Segundo a delegada Mariell Antonini Dias Viana, coordenadora da área, o uso de protocolos específicos fortalece a uniformidade no atendimento às mulheres em situação de violência. “Queremos garantir que todas as vítimas, em qualquer regional, sejam acolhidas com a mesma qualidade e sensibilidade, sob a perspectiva de gênero”, afirmou.

Frente política contra o feminicídio

Enquanto o seminário ocorre, o Governo do Estado e a Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) avançaram em uma nova frente de enfrentamento ao feminicídio. Nesta quarta-feira (27), foi firmado um acordo para a criação de uma comissão especial na ALMT voltada ao tema.

A medida surgiu após negociações entre o secretário-chefe da Casa Civil, Fábio Garcia, a deputada estadual Edna Sampaio e o deputado Wilson Santos. Inicialmente, Edna articulava a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar casos de feminicídio, mas a proposta acabou sendo substituída pela comissão especial após acordo com o Executivo.

O deputado Eduardo Botelho, que acompanhava a articulação, confirmou a mudança. “A CPI estava pronta para ser instalada, mas houve um entendimento na Casa Civil para substituí-la por uma comissão. Se foi um acordo, tudo bem. Mesmo sem o mesmo peso político, a comissão pode trazer bons resultados com o apoio dos parlamentares”, declarou.

Até o momento, mais de 35 mulheres já foram vítimas de feminicídio em Mato Grosso somente em 2025, o que reforça a urgência de ações coordenadas entre forças de segurança e representantes políticos.

FONTE – RESUMO