Nos bastidores do Supremo Tribunal Federal (STF), cresce a expectativa sobre o posicionamento do ministro Luiz Fux no julgamento que pode condenar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por tentativa de golpe de Estado. Enquanto o relator Alexandre de Moraes já votou pela condenação do ex-chefe do Executivo e de outros sete acusados, a eventual divergência de Fux surge como um fio de esperança para a defesa e apoiadores do ex-presidente.
Fux tem histórico de votos pautados pela autonomia e, em algumas ocasiões, já se posicionou de forma distinta da maioria em julgamentos polêmicos. Aliados de Bolsonaro acreditam que o ministro possa levantar questionamentos sobre aspectos processuais e garantias constitucionais, o que abriria espaço para uma decisão mais favorável ao réu.
Embora ainda seja cedo para prever seu posicionamento, analistas destacam que uma divergência de Fux poderia influenciar o equilíbrio da votação e até mesmo estimular outros ministros a reverem seus entendimentos. Isso não significaria necessariamente absolvição, mas poderia amenizar a pena ou adiar a definição do processo.
A defesa de Bolsonaro aposta justamente nessa margem de interpretação para reforçar o discurso de que a condenação não é consenso dentro da Corte. Para aliados políticos, o gesto de Fux poderia ser lido como um respiro no cenário jurídico adverso que o ex-presidente enfrenta atualmente.
O julgamento segue em andamento, e a expectativa é que os próximos votos indiquem se a tese do relator terá maioria consolidada ou se a divergência de Fux poderá de fato alterar o rumo do processo.