Prefeito Abilio aponta indícios de favorecimento em licitação do estacionamento rotativo e obras do Mercado Municipal

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Foto: Reprodução
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Durante depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Estacionamento Rotativo, na Câmara de Cuiabá, o prefeito Abilio Brunini (PL) levantou suspeitas de que o processo licitatório que resultou na vitória do Consórcio CS Mobi teria sido conduzido de forma a favorecer determinados grupos. O contrato em questão envolve tanto a gestão do estacionamento rotativo na capital quanto a requalificação do Mercado Municipal Miguel Sutil.

Segundo Abilio, a Promulti Engenharia, uma das empresas que compõem o consórcio, teria se beneficiado por ter participado da elaboração dos estudos que originaram o projeto. Para ele, esse conhecimento prévio teria garantido à empresa vantagens na disputa, já que dominava os parâmetros técnicos e os critérios avaliativos.

O contrato foi firmado ainda na gestão do ex-prefeito Emanuel Pinheiro (PSD). De acordo com Abilio, ao conhecer em detalhes os custos e exigências do edital, a Promulti estaria em posição única para dimensionar os valores corretos das obras e dos serviços.

“Não afirmo que houve corrupção, mas a condução do processo sugere um possível direcionamento, no meu entendimento, para garantir que apenas uma empresa saísse vencedora”, declarou o prefeito.

Ele citou, ainda, pontos do cronograma e alterações administrativas que, segundo ele, reforçam essa suspeita. Abilio destacou que o decreto autorizando o uso da Manifestação de Interesse Privado (MIP) só foi modificado em novembro de 2019, quando parte dos critérios de avaliação e seleção já estava sendo definida meses antes.

O prefeito comparou a situação a um concurso em que apenas um candidato possui acesso antecipado ao conteúdo da prova.

Abilio também ressaltou que a proposta inicial não incluía o estacionamento rotativo. Essa modalidade, segundo ele, foi adicionada posteriormente à licitação, vinculando serviços de tecnologia a obras de engenharia, o que teria restringido ainda mais a possibilidade de participação de outros concorrentes.

“Na versão original do projeto, o estacionamento rotativo não estava previsto. Depois, incluíram e atrelando à parte de obras, montaram um processo em que poucas empresas tinham condições de atender”, afirmou.