Um jovem que entrou em apartamentos de uma área privilegiada de Cuiabá supostamente estaria ligado ao PCC e seria parte de um grupo criminoso especializado em atividades ilegais

0
23
Foto: Reprodução

Polícia Civil investiga ligação de adolescente suspeito de furto em condomínio de luxo com facção criminosa PCC

A Polícia Civil de Mato Grosso investiga se o adolescente suspeito de furtar dois apartamentos no Edifício Saint Moritz, um condomínio de alto padrão localizado na região da Praça Popular, em Cuiabá, tem ligação com o Primeiro Comando da Capital (PCC). O crime ocorreu no último sábado (17) e levanta a suspeita de envolvimento do jovem com uma quadrilha especializada em furtos a residências de luxo em diversas regiões do Brasil.

De acordo com a investigação, o menor teria se passado por sobrinho de uma moradora para conseguir entrar no edifício. A entrada foi liberada pelo porteiro por volta das 13h15. Cerca de 40 minutos depois, câmeras de segurança registraram o adolescente circulando pelos corredores, arrumando o cabelo e conferindo as unhas — uma tentativa de parecer natural e não levantar suspeitas.

Na tentativa de deixar o local com uma mochila, o jovem foi barrado pelo porteiro, que desconfiou da situação. Após aguardar por cerca de um minuto e tentar forçar a saída, ele acabou fugindo pulando uma parede lateral de vidro.

Após a fuga, a administração do condomínio constatou que dois apartamentos haviam sido arrombados e diversos objetos de valor, incluindo joias, haviam sido furtados. Ainda não há uma estimativa oficial do prejuízo.

Reincidência e conexão com crimes interestaduais

O adolescente é apontado como o mesmo que foi apreendido no início de maio em Campo Grande (MS), após furtar um apartamento de alto padrão. Na ocasião, joias e bens valiosos foram recuperados e os bens dos envolvidos bloqueados. A Polícia acredita que o grupo age de forma articulada em diversos estados.

Uma reportagem do Jornal da Record, publicada em 12 de maio, revelou que a quadrilha utiliza redes sociais para identificar alvos em condomínios de luxo. Em Campo Grande, assim como em Cuiabá, os criminosos se passaram por parentes dos moradores para ter acesso aos imóveis.

Ainda segundo a reportagem, em fevereiro, a quadrilha foi responsável por invadir três apartamentos em Goiânia (GO), nos setores Pedro Ludovico e Jardim Goiás. Na ocasião, foram levados cerca de R$ 600 mil em joias, relógios e dinheiro. A operação “Safe House”, conduzida pela Polícia Civil de Goiás, resultou na prisão de dois integrantes do grupo e na apreensão do adolescente. Outros três suspeitos seguem foragidos.

Modus operandi semelhante ao de outras capitais

As autoridades identificam um padrão nos crimes cometidos pela quadrilha. Os furtos ocorrem principalmente durante o dia, em feriados e finais de semana, quando há menor circulação nos condomínios. Os criminosos se vestem bem, mantêm a postura tranquila e apresentam argumentos convincentes para acessar os prédios sem levantar suspeitas.

Segundo o delegado Murillo Leal Freire, da Polícia Civil de Goiás, a quadrilha atua de forma dissimulada. “Eles agem com naturalidade e desenvoltura, o que dificulta a identificação imediata por porteiros e moradores”, afirmou ao Jornal da Record.

Em 2023, uma quadrilha com o mesmo modo de operação foi presa em São Paulo após uma série de furtos em imóveis de luxo em várias capitais do país.

A Polícia Civil de Mato Grosso continua as investigações para identificar os demais integrantes do grupo e localizar o adolescente envolvido no crime de sábado.

Assista ao vídeo com imagens do suspeito circulando pelo edifício:

 

 

Da Redação com informações do Olhar Direto