A vereadora Michelly Alencar (União) anunciou, nesta quinta-feira (12), a destinação de uma emenda parlamentar no valor de R$ 1,2 milhão para a aquisição do medicamento Mounjaro, voltado ao tratamento da obesidade em pacientes atendidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em Cuiabá. A verba será utilizada em um programa piloto que atenderá inicialmente 300 pessoas diagnosticadas com obesidade grau 2 e 3.
De acordo com a parlamentar, os beneficiados terão acesso gratuito às aplicações do remédio, além de acompanhamento médico e multidisciplinar. O objetivo, segundo Michelly, é garantir o acesso ao tratamento para pessoas de baixa renda, já que uma única aplicação pode custar até R$ 1,8 mil — valor considerado inviável para boa parte da população.
“O Mounjaro revolucionou o combate à obesidade, mas era restrito aos mais ricos. A população do SUS, que muitas vezes não tem como pagar nutricionista ou academia, precisa ter acesso a esse tipo de tratamento eficaz”, argumentou a vereadora durante entrevista na Câmara Municipal.
Atualmente, o preço da caneta de 2,5 mg — usada no primeiro mês de tratamento — gira em torno de R$ 1,2 mil, enquanto a dosagem de 5 mg, obrigatória a partir do segundo mês, chega a R$ 1.789. “É irreal pensar que a maioria das famílias pode arcar com esse custo por vários meses”, criticou Michelly.
O programa contará com apoio da Prefeitura de Cuiabá, que será responsável pelo suporte nutricional, físico e médico dos pacientes. A estrutura deve contar com profissionais realocados da rede pública de saúde e estagiários de universidades parceiras. O novo Centro Médico Integrado da capital, ainda não inaugurado, deve sediar o projeto, oferecendo espaços para atividades com nutricionistas, educadores físicos e especialistas como nutrólogos e endocrinologistas.
Segundo a vereadora, o prefeito Abilio Brunini apoia a iniciativa com base em sua própria experiência com o Mounjaro, medicamento que o ajudou a perder 17 kg e reduzir os riscos de doenças cardíacas. “Ele entendeu que, se o tratamento foi eficaz para ele, também deve estar disponível para a população que sofre com a obesidade”, afirmou.
Ainda não há definição sobre a contratação de novos profissionais de saúde para o projeto. A possibilidade de realocar servidores e firmar parcerias com instituições de ensino está sendo avaliada.
Presidente da Comissão de Saúde da Câmara, Michelly acredita que o programa pode ser um divisor de águas na saúde pública municipal. “Queremos reduzir drasticamente a necessidade de cirurgias bariátricas, que têm impactos emocionais e psicológicos profundos. Com uma abordagem preventiva e contínua, podemos promover uma mudança de mentalidade e qualidade de vida”, concluiu.
FONTE – RESUMO