Município de MT dá exemplo de honestidade para o país

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Reprodução
CAMARA VG

O Documento

A câmera do circuito de segurança da lotérica mostra o exato momento em que… não, não, não. Pode parar por aí. Não é o que você está pensando. Essa não é mais uma daquelas imagens que mostram uma denúncia, um assalto. Muito pelo contrário.

O que se passou na calçada, não é coisa que acontece todo dia não, viu.

Vendo a imagem de novo: um homem sai da lotérica. Vai até a calçada. Encontra alguma coisa e volta. Ele entrega no caixa um maço de dinheiro, entre R$ 4 mil e R$ 5 mil. O dono da lotérica registrou um boletim de ocorrência e o dinheiro foi depositado em juízo. A polícia não divulga a quantia exata para que só o dono confirme quanto perdeu e receba o dinheiro.                                                              

“Ele foi um felizardo ganhador da loteria nesse dia”, disse Eder Dominik, dono da lotérica.

O Joel foi quem encontrou o dinheiro.

“Pela Mega-Sena seria justo, eu estaria pagando pela aposta, então não estaria pegando o que não é de ninguém”, disse o engenheiro elétrico.

Ok, nem todo mundo faria a mesma coisa.

“Se eu soubesse quem é o dono, eu entregaria. Se não soubesse quem era o dono, entregaria pra mim mesmo”, afirma o relojoeiro Walmir de Abreu Correia.

Em Tangará da Serra, a 250 quilômetros de Cuiabá, o pessoal tem dado o exemplo. Dona Maria de Lourdes encontrou um bolsa com dinheiro numa loja. Não teve dúvida.

“É a coisa mais certa que fiz foi devolver a bolsinha”.

Olha que tem mais. O Seu Nascimento tem uma barraquinha para vender maracujá, batata, banana na beira da estrada. Detalhe. Ninguém fica lá cuidando. O cliente entra, escolhe, pega e paga.

“Tem um ano e quatro meses que funciona e nunca percebi que tá faltando dinheiro no caixa e, ao contrário, até um pouquinho acima do valor”, conta o agricultor.

Numa casinha simples da zona rural de Tangará da Serra, aconteceu uma das histórias mais incríveis. A dona de casa perdeu um dinheirinho que ela vinha juntando fazia algum tempo. Perdeu e não percebeu.


Foi a Adelina que achou o dinheiro no caixa do supermercado.

“A maior quantidade de dinheiro estava dentro de uma meinha de bebê. Uma meinha de criança bem surrada”, conta a autônoma.

O dinheiro era da dona Nair.

“Tinha beirando R$ 5 mil. Fui juntando, que eu trabalho, foi cem ali, cem ali”, conta a diarista.

Nem o marido sabia que ela tinha tanto.

E esse é o jeito do seu José expressar a felicidade por ter o dinheiro de volta: “Fico muito contente. Tô emocionado porque também sou muito honesto. Gosto das pessoas serem honestas assim”, diz o aposentado.

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