Olhar Direto
A tenente Bombeiro Militar, Izadora Ledur, acusada de cometer o crime de tortura que resultou morte do aluno Rodrigo Patrício Lima Claro, retornou da sua sexta licença médica na mesma semana em que o soldado completaria 22 anos. Ainda em busca de Justiça, a família da vítima irá realizar uma manifestação pacífica nesta quarta-feira (18), na Praça Ipiranga, a partir das 17 horas.
A sexta licença tirada pela tenente terminou no domingo (15). Com isso, o Conselho de Justificação do Corpo de Bombeiros volta a investigar imediatamente a conduta da oficial, em decorrência da morte de Rodrigo. O prazo para finalizar os trabalhos é de 45 dias. A primeira delas foi tirada após o fato.
Nesta semana, Rodrigo Claro iria completar 22 anos, mas acabou tendo o sonho de seguir os passos do pai interrompido. De acordo com o processo, o fato aconteceu no dia 10 de novembro de 2016 durante o treinamento de atividades aquáticas em ambiente natural do 16º Curso de Formação de Soldado Bombeiro do Estado de Mato Grosso realizado na Lagoa Trevisan em Cuiabá.
O MPE destaca que apesar de apresentar excelente condicionamento físico, o aluno demonstrou dificuldades para desenvolver atividades como flutuação, nado livre, entre outros exercícios.
Consta na denúncia que embora o problema tenha chamado a atenção de todos, os responsáveis pelo treinamento não só ignoraram a situação como utilizaram-se de métodos totalmente reprováveis, tanto pela corporação militar, quanto pela sociedade civil, para “castigar” os alunos do curso que estavam sob sua guarda.
Conforme o MPE, depoimentos colhidos durante a investigação demonstram que a vítima foi submetida a intenso sofrimento físico e mental com uso de violência. A atitude teria sido a forma utilizada pela tenente Izadora Ledur para punir Rodrigo por ele ter apresentado mau desempenho nas atividades dentro da água.
No dia 11 de outubro, a Segunda Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso determinou a retirada da tornozeleira instalada na tenente. A defesa alegou que a tenente foi submetida a suposto constrangimento ilegal. Conforme decisão, a medida cautelar era desproporcional e desnecessária.
Manifestação
Nesta quarta-feira, a família e amigos do jovem soldado farão uma manifestação pacífica na Praça Ipiranga, em Cuiabá, às 17 horas. Em seu Facebook, a mãe de Rodrigo, Jane Patrícia Lima Claro, expôs o descontentamento com a sequência das investigações: “Gostaríamos de ver uma investigação séria, que viesse a tirar um pouco a mancha negativa que permitiram que essa tal aí colocasse na Instituição Corpo de Bombeiros, com a permissão daqueles que deveriam zelar pela instituição”.
“Gostaria de reforçar o convite a toda população de Cuiabá e Várzea Grande para nossa manifestação. Estaremos reunidos em uma manifestação totalmente pacífica. Sei que têm muitas pessoas acompanhando e indignadas como eu. É algo que aconteceu com meu filho, mas que muitas mães e pais sentem como se fossem com os deles”, finalizou a mãe do jovem.