Médica diz que só irá à delegacia se Polícia garantir sua segurança

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CAMARA VG

A dermatologista Letícia Bertolini, que atropelou e matou um verdureiro em Cuiabá, informou à Polícia Civil que somente irá participar de um novo interrogatório sobre o acidente se for assegurado a ela o "resguardo de sua integridade física".

 

A exigência consta em um requerimento enviado ao delegado Christian Cabral, da Delegacia Especializada em Delitos de Trânsito (Deletran).

 

A médica atropelou o verdureiro Francisco Lúcio Maia, 48 anos, na Avenida Miguel Sutil, na noite do dia 14 de abril. A suspeita é que ela estivesse embriagada. Na ocasião, Letícia foi interrogada e preferiu ficar em silêncio.

 

O documento é assinado pelo advogado Giovane Santin.

 

Conforme o requerimento, o direito à integridade física não foi concedido ao marido de Letícia, o urologista Aritony de Alencar Menezes, no dia 16 de abril, data em que ele foi à delegacia prestar depoimento.

 

Fabiana Mendes/ Olhar Direto

urologista Aritony de Alencar Menezes

Marido de médico saindo da Deletran

"Não foi a ele assegurado pela autoridade policial o resguardo à sua integridade física, mesmo estando sob tutela do Estado, tendo sofrido agressões físicas gratuitas nas dependências da Delegacia Especializada de Delitos de Trânsito”, diz o advogado em trecho do documento.

 

Na ocasião, após prestar depoimento e deixar a delegacia, o médico recebeu um golpe de capacete nas costas, possivelmente desferido por um amigo ou parente da vítima.

 

Em outro momento, uma das filhas do verdureiro, revoltada com a morte do pai, esbravejou: “Assassino. O senhor matou um trabalhador”.

 

Ainda no documento, a defesa diz que a médica não se opõe em comparecer à delegacia e está disposta a colaborar com as investigações. No entanto, deverá falar sobre o caso apenas em juízo.

 

"Por fim, informa desde já que, embora não se oponha à realização de novo interrogatório, a requerente se reservará ao direito de permanecer em silêncio durante inquérito policial, manifestando-se acerca dos fatos apenas em juízo".

 

O caso

 

Francisco morreu enquanto tentava atravessar a Avenida Miguel Sutil com seu carrinho com verduras, por volta das 20h do dia 14.

 

A médica conduzia um Jeep Compass branco e estava na companhia apenas de seu esposo.

 

Eles voltavam do Festival Braseiro, festa com open bar de cerveja. Uma pessoa que presenciou o acidente foi atrás do casal e viu o momento em que o carro entrou em um condomínio no Jardim Itália.

 

A Polícia foi acionada e a médica autuada por homicídio culposo no trânsito e omissão de socorro. Na audiência de custódia, no dia 15 de abril, a prisão em flagrante foi convertida em preventiva.

 

Entretanto, no dia 16 de abril, o desembargador Orlando Perri concedeu um habeas corpus à medica, que agora cumpre medidas cautelares. 

 

Leia a íntegra do documento:

 

 

Olhar Direto.

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