O governador Pedro Taques (PSDB) garantiu que não iria pressionar a Assembleia Legislativa para que suas contas de 2016 fossem votadas, mas foi necessário enviar a “tropa de choque” do Executivo ao edifício Dante Martins de Oliveira para que os deputados finalmente garantissem quórum para apreciar a matéria. As contas foram aprovadas por 17 votos a favor e apenas 2 contrários.
“Nós fizemos um apelo, tivemos uma reunião com os secretários, que vieram aqui explicar para os deputados. Teve a questão das emendas, uma reclamação legitima, porque os deputados dependem disso. As emendas significam obras para os municípios. Então houve esse compromisso de trabalhar nesse sentido e os deputados vão dar um credito, mais uma vez. Demos um ponto final nisso, que já estava parecendo um parto”, disse o presidente da Assembleia Legislativa, Eduardo Botelho (DEM), ao fim da sessão.
Na última terça-feira (05) Botelho até tentou votar as contas, mas logo após a votação que aprovou a soltura do deputado Mauro Savi (DEM), os deputados esvaziaram o plenário. Nesta quarta-feira (06), conforme apurou a reportagem do Olhar Direto, os secretários de Fazenda e de Governo, Rogério Gallo e Domingos Sávio, respectivamente, estiveram pelo menos duas vezes na Assembleia para articular a aprovação da pauta.
Por volta das 18h, horário em que conforme o Regimento Interno da Casa a sessão plenária já deveria ter sido iniciada, o deputado Valdir Barranco (PT) encerrou os trabalhos alegando “visível falta de quórum”. Ocorre que os deputados estavam reunidos com os secretários no gabinete de Botelho e, a pedido da presidência, a sessão foi retomada.
As contas de Pedro Taques, de 2016, estavam há quase um ano empacadas na Assembleia Legislativa, primeiramente para obedecer os tramites regimentais da Casa, depois por conta de inúmeras manobras dos deputados para pressionarem o Governo a pagar suas emendas impositivas.
Em seguida, com um relacionamento já bastante desgastado com o Executivo, os parlamentares simplesmente foram arrastando a situação até que em abril, com a volta do deputado Wilson Santos (PSDB), que reassumiu a liderança, a pauta voltou a tramitar.
Wilson chegou a convocar os deputados nominalmente, por diversas vezes, para que comparecessem à sessão, aumentando ainda mais o estresse entre a base e o Governo. Mas o esforço foi em vão. E somente nesta terça-feira, com o retorno do líder Leonardo Albuquerque (SD), que estava licenciado, é que as contas foram aprovadas.
“A condução do Wilson foi maravilhosa nesses momentos em que eu estive fora, eu vim apenas contribuir, aumentar o diálogo. Mas eu agradeço muito ao Wilson e a todos os deputados, o quórum hoje foi incontestável”, minimizou Albuquerque. “Nós estamos cobrando do Governo uma aproximação dos secretários com a Casa”, acrescentou, garantindo que os problemas entre a base e o governador ficaram para trás.
Fonte: Olhar Direto