O prefeito de Cuiabá Emanuel Pinheiro (MDB) criticou o veto da ex-juíza e pré-candidata ao Senado, Selma Arruda (PSL), ao seu partido em uma eventual aliança com o pré-candidato ao Governo Wellington Fagundes (PR).
Ela se encontrou, nesta semana, com Fagundes, mas já descartou a aliança por não se sentir à vontade em estar no mesmo palanque que o MDB. “Se houver imposição, eu não compactuo e o meu projeto [candidatura ao Senado] fica por isso mesmo. Não vou vender minha alma”.
Em resposta, Emanuel disse que, caso eleita, Selma saberá "dar o devido valor" aos personagens políticos de Mato Grosso.
“O tempo vai mostrar para ela quem é quem na vida pública. Faz parte. Ela nunca militou ativamente. Sempre foi uma grande magistrada. Então é o tempo. Se ela ganhar as eleições, conviver e militar na vida pública, vai saber dar o devido valor a cada personagem político”, disse em conversa com a imprensa, nesta quinta-feira (05).
Para Emanuel, a ex-juíza não conhece a história do MDB em Mato Grosso.
“É uma posição política. Ela está começando agora na vida pública, é um quadro de valor, de respeito. Mas não conhece a histórica política do MDB. Vejam os grandes nomes do partido, como Carlos Bezerra. Ela está no conceito dela, naquilo que ela tem em mente, nas convicções dela. Isso é o tempo”, afirmou.
Apesar disso, Emanuel defendeu que Wellington mantenha as conversas tanto com o PSL, de Selma, como outras siglas. Para ele, o pré-candidato deve ampliar o máximo possível seu arco de aliança.
“Toda força que possa vir a somar positivamente para Mato Grosso é importante. Acho que o Wellington não está errado em conversar. Independente de dar certo ou não, ele tem que mostrar que é aberto, um homem de diálogo”, disse.
“Então, ele tem que conversar. Se vai dar certo ou não, aí é outra história e depende de uma série de fatores”, completou.
A declaração
Na quarta-feira (4), Selma participou de uma reunião em Brasília com o pré-candidato ao Governo, senador Wellington Fagundes (PR), e demais membros do PSL. Na oportunidade, o republicano fez um convite para que o partido de Selma componha sua chapa.
No dia seguinte, porém, admitiu que poderá recuar do projeto caso seu partido entre numa aliança com o MDB.
“O senador Wellington argumentou com a gente no sentido de que o MDB é um partido muito grande, com todos os tipos de visões, de pessoas, um partido muito antigo e que não teria problema nenhum em convivermos. Mas eu continuo com minhas restrições, não me sentiria a vontade coligada com MDB”, disse Selma.
“Se houver imposição eu não compactuo e o meu projeto [candidatura ao Senado] fica por isso mesmo. A gente se coloca à disposição para trabalhar a favor de Mato Grosso, mas não vou vender minha alma pra isso”, acrescentou o ex-juíza.