Ex-repórter da Globo diz ter sido assediada por diretor: “Me perseguia há quatro anos”

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© Reprodução/Instagram
CAMARA VG

Fonte: Msn

Delisiée Marinho, ainda era conhecida como Delisiée Teixeira, quando deixou a Globo em 2008, após cobrir a Olimpíada em Atenas, na Grécia. Em entrevista ao UOL, ela revela que deixou a emissora para viver novas experiências e “também por outros motivos pessoais”.

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A diretora e roteirista, que também se arrisca como atriz nas horas vagas, foi questionada sobre os motivos pessoais, e ficou em silêncio. Após um tempo, visivelmente emocionada, Delisiée resolveu desabafar.

“Não foi por um bom motivo. Ai meu Deus do céu… Será que eu vou falar isso?!”, disse. “Eu saí da Globo porque houve um pedido do Schroeder para saber se eu queria ficar ou sair. Mas eu saí por causa de outro diretor. Ele estava me perseguindo há quatro anos. Eu liguei um dia chorando para o Emanuel Castro dizendo que não conseguia mais pisar na Globo, e ele acabou me dispensando naquele mesmo dia”, completou.

Emanuel Castro era o diretor do SporTV, na época, enquanto que Carlos Schroeder era diretor de jornalismo da Globo. O nome desse outro diretor, que teria a perseguido, ela não quis revelar. Ainda à reportagem do UOL, Delisiée afirma que espera que o seu relato ajude a outras mulheres que passam por situações similares. Essa foi a primeira vez que ela falou publicamente sobre o assunto.

Delisiée também contou na entrevista que ela chegou a passar por uma situação desagradável no banheiro da emissora, antes do assédio do diretor.

“Entrei no banheiro e tinham umas meninas que trabalhavam na Globo que ficara quietas [quando entrei]. Eu já estava sentindo aquele clima estranho na redação, porque elas não falavam comigo. Ai perguntei se tinha feito alguma coisa para que me evitasse e não falassem comigo. Uma das produtoras respondeu de forma direta e bem chula: ‘Já que você está perguntando, então vou falar. Pra quem você deu para estar aqui? Você roubou o lugar do Tadeu Schmidt’”, contou.

Apesar do clima pesado, ela diz que continuou trabalhando. “Aquilo foi um baque para mim. Eu dei uma balançada na minha estrutura emocional, porque não tinha amigos para me defender, mas segui até o fim. Tanto é que fui a repórter mulher em Atenas que mais emplacou matérias no Jornal Nacional. A gente tinha um ranking, e eu fiquei em primeiro”, lembrou.

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