O primeiro Relatório de Transparência Salarial do país, que se concentra na desigualdade de gênero, revelou que as mulheres de Mato Grosso recebem 31,4% menos do que os homens.
Os dados foram obtidos a partir das informações fornecidas por 837 companhias em todo o estado, totalizando 229.467 funcionários. A diferença salarial entre os gêneros é decorrente de diferentes grupos ocupacionais, chegando a 32,4% em cargos de liderança e de gerente.
Além disso, o relatório revela que as mulheres negras enfrentam uma desigualdade ainda maior, sendo a maioria no mercado de trabalho, mas recebendo menos do que as brancas. De acordo com o documento, a média de remuneração média das mulheres negras é de 2.497,20, enquanto a média das não-parcelas é de 3.180,62. Em média, os homens recebem R$ 3.891,02 e os não-pardos recebem R$ 4.218,34.
As companhias foram avaliadas quanto às políticas de incentivo para a contratação e promoção de mulheres. No estado, 52,2% possuem planos de cargos e salários, 34,5% adotam políticas de promoção de mulheres a cargos de direção e gerência, 25% apoiam a contratação de mulheres e 22,1% oferecem incentivos à contratação de mulheres negras.
De acordo com o relatório, apenas 16,9% possuem políticas de incentivo à contratação de mulheres LGBTQIAP+, 19,2% incentivam a inclusão de mulheres com deficiência e apenas 7,6% têm programas de incentivo à contratação de mulheres que sofreram violência. A adoção de políticas como a licença maternidade/paternidade estendida ainda é restrita a poucas companhias.
O estudo revela que as mulheres recebem, em média, 19,4% a menos do que os homens. Das companhias que responderam ao questionário, 73% têm dez ou mais anos de existência, o que representa quase 17,7 milhões de funcionários.
Programas de incentivo
O estudo revelou que, em todo o país, 51,6% das companhias possuem planos de cargos e salários para mulheres; 38,3% são favoráveis à promoção de mulheres para cargos de direção e gerência; 32,6% apoiam a contratação de mulheres; e 26,4% são favoráveis à contratação de mulheres negras.
A média de 20,6% de incentivo à contratação de mulheres LGBTQIAP+, 23,3% de mulheres com deficiência e 5,4% de mulheres vítimas de violência. A adoção de políticas de flexibilização do regime de trabalho em poucas companhias ainda é uma realidade.
Relatório
O relatório enfatiza a necessidade de tomar medidas para diminuir essas diferenças, de acordo com o que determina a lei, como a transparência salarial, a discriminação, a denúncia e programas de diversidade e inclusão.
Os relatórios individuais devem ser divulgados até o dia 31 de março, com penalidades previstas para aqueles que não o fizerem.