Funai divulgou imagens inéditas de indígenas isolados em Mato Grosso e reafirmou necessidade de proteção territorial

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Foto: Reprodução
ALMT TRANSPARENCIA

Funai registra imagens inéditas de povos isolados em Mato Grosso

A Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) capturou imagens inéditas de povos isolados na Terra Indígena Kawahiva do Rio Pardo, localizada em Colniza, a 1.055 km de Cuiabá. As imagens foram obtidas durante expedições de monitoramento realizadas em julho, com o objetivo de reafirmar a presença indígena nos territórios e reforçar a necessidade de proteção territorial contra ameaças à sobrevivência desses povos.

Monitoramento e proteção territorial

O monitoramento dos povos isolados ocorre por meio de expedições terrestres e aéreas, sobrevoos e presença permanente de equipes. As ações são realizadas em parceria com órgãos ambientais e de segurança pública, utilizando as Bases de Proteção Etnoambiental (Bapes). Essas estruturas permanentes estão estrategicamente localizadas para garantir a proteção física, ambiental e social dos povos isolados e de recente contato.

Atualmente, 11 Frentes de Proteção Etnoambiental (FPEs) operam sob a orientação da Coordenação-Geral de Índios Isolados e de Recente Contato (CGIIRC), vinculada à Diretoria de Proteção Territorial (DPT) da Funai. A Terra Indígena Kawahiva do Rio Pardo, com área de 411.844 hectares, está localizada no município de Colniza, em Mato Grosso. O território já teve seus limites declarados pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), mas o processo de demarcação segue judicializado.

Ações preventivas e coleta de dados

Durante a expedição, os agentes da Funai deixaram ferramentas como machados e facões em pontos estratégicos da floresta, além de instalar câmeras com sensores de movimento. Segundo Jair Candor, coordenador da FPE Madeirinha-Juruena, a disponibilização de ferramentas auxilia na prevenção de conflitos, pois evita que os indígenas busquem utensílios em fazendas do entorno, onde correm riscos de contágio de doenças ou violência em caso de contato com não-indígenas.

Com o desgaste das ferramentas que possuem, há o risco de que eles tentem buscar outros utensílios em áreas externas, o que os coloca em grave perigo. Por isso, deixamos essas ferramentas periodicamente no interior da floresta como uma medida preventiva”, explicou Candor.

As câmeras instaladas também desempenham um papel crucial ao fornecer informações mais detalhadas sobre os grupos isolados. Esses dados auxiliam no monitoramento e na elaboração de políticas públicas de proteção, garantindo o mínimo de invasividade e respeitando a autonomia dos povos indígenas.

Proteção sem interferência

A atuação das Frentes de Proteção Etnoambiental busca garantir a autodeterminação dos povos isolados, sem promover contatos ou interferências em seus modos de vida. Além da FPE Madeirinha-Juruena, que atua na TI Kawahiva do Rio Pardo, a FPE Guaporé desempenha papel semelhante na proteção da Terra Indígena Massaco, em Rondônia.

Com essas ações, a Funai reafirma seu compromisso com a proteção dos povos indígenas isolados e a preservação de seus territórios diante das constantes ameaças representadas por grileiros, madeireiros e outras atividades ilegais na região.

 

 

Da redação com informações do Olhar Direto