Corregedoria apura denúncia de empresário sobre possível interferência de juíza em bar de Cuiabá
A Corregedoria-Geral da Justiça de Mato Grosso instaurou nesta segunda-feira (20) um procedimento para investigar uma denúncia feita pelo empresário André Pagnocelli. Ele alega que a inauguração do gastrobar “Cão Véio”, em Cuiabá, foi alvo de uma possível interferência de uma juíza do Tribunal de Justiça do estado (TJMT), que teria acionado a polícia para interromper o evento.
O caso ocorreu no sábado (18) e gerou ampla repercussão, após Pagnocelli publicar vídeos nas redes sociais relatando a situação. Segundo ele, a polícia esteve no local, alegando excesso de barulho e ameaçando fechar o estabelecimento. O gastrobar, que fica no Bairro Duque de Caxias, registrou grande público na inauguração, com show da banda Mais55PunkRock.
Repercussão e reação imediata
No desabafo publicado online, o empresário acusa uma juíza de Várzea Grande de ter acionado a polícia. Ele registrou as abordagens e o envio de viaturas em suas redes sociais, o que provocou reações rápidas, incluindo a ida do prefeito de Cuiabá, Abilio Brunini (PL), ao local para intervir.
Conforme Brunini, técnicos da Secretaria de Ordem Pública já haviam constatado que o som estava dentro dos limites permitidos. O prefeito ainda reforçou que a abordagem ocorreu antes das 22h, horário em que o evento estava em andamento.
Abertura de procedimento pela Corregedoria
Em nota oficial, a Corregedoria informou que o procedimento aberto visa verificar se há envolvimento de uma magistrada na denúncia, identificar a pessoa mencionada e apurar a legalidade dos fatos. O processo tramita sob sigilo para proteger as partes envolvidas.
“A Corregedoria reforça seu compromisso com a imparcialidade e a transparência na apuração dos fatos, assegurando que todas as medidas cabíveis serão adotadas conforme os trâmites legais”, diz o comunicado.
Investimento e frustração
Pagnocelli, que investiu R$ 1,8 milhão no empreendimento, relatou frustração com a situação. “Chegou a Polícia Militar falando: ‘Vocês têm que parar, senão você vai ser preso’”, afirmou ele em uma gravação feita às 20h55. No mesmo vídeo, o empresário pediu que o caso fosse levado ao prefeito.
Após o incidente ser resolvido e as viaturas deixarem o local, Pagnocelli voltou às redes para agradecer o apoio e confirmar que o evento seguiu normalmente.
Leia a nota da Corregedoria na íntegra:
“Nesta segunda-feira (20), a Corregedoria-Geral da Justiça de Mato Grosso instaurou um Pedido de Providências para apurar as reclamações realizadas por um empresário em suas redes sociais, amplamente repercutidas na imprensa, sobre uma possível interferência de uma magistrada no funcionamento de um estabelecimento comercial localizado no Bairro Duque de Caxias, em Cuiabá.
O procedimento tem como objetivo verificar se o caso envolve, de fato, uma magistrada, identificar a pessoa mencionada e analisar as circunstâncias e a legalidade do ocorrido. A Corregedoria destaca que a investigação tramita de forma sigilosa, em conformidade com as normas legais aplicáveis, para resguardar as partes envolvidas e garantir a condução adequada do processo.
A Corregedoria reforça seu compromisso com a imparcialidade e a transparência na apuração dos fatos, assegurando que todas as medidas cabíveis serão adotadas conforme os trâmites legais.“