
O governador Mauro Mendes, do partido UNIÃO, optou por não se pronunciar sobre as possíveis consequências eleitorais que poderiam surgir em 2026 caso o ex-presidente Jair Bolsonaro, do PL, seja condenado. Bolsonaro é agora réu por supostos crimes relacionados a um golpe de Estado e pela tentativa de desmantelar o Estado Democrático de Direito.
Em resposta a uma pergunta sobre a possibilidade de a condenação impactar o relacionamento entre o União Brasil, partido que Mendes preside a nível estadual, e o PL em Mato Grosso para as eleições de 2026, o governador afirmou que é prematuro pensar sobre isso. Ele destacou a importância de se concentrar nas questões cotidianas, que oferecem assuntos mais urgentes para análise do que cenários futuros incertos.
A declaração de Mendes ocorreu na manhã desta quinta-feira, 27, no Palácio Paiaguás. Ele enfatizou que deve haver uma separação entre o período eleitoral e o cotidiano, reafirmando: “Vamos deixar o ano eleitoral para o ano eleitoral. Não precisamos antecipar as discussões, é mais proveitoso concentrar-se no que está ao nosso alcance”.
Apoiador de Bolsonaro, o governador participou de uma manifestação em 16 de março, onde se pedia anistia para aqueles condenados por envolvimento em tentativas de golpe durante os acontecimentos de 8 de janeiro de 2023. Essa concentração ocorreu na Praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, onde Mendes se posicionou ao lado do ex-presidente em um trio elétrico.
Embora considerado um possível candidato ao Senado, Mauro negou que sua presença no ato tivesse contornos políticos, afirmando que foi para manifestar sua oposição a penalidades que considera “desproporcionais”. “Foi um dever que senti”, declarou.
Bolsonaro mantém um forte apoio em Mato Grosso, tendo vencido nas duas etapas das eleições presidenciais de 2018 e 2022. Nas eleições municipais do ano passado, o ex-presidente e seus aliados conquistaram a vitória em grandes cidades do estado, como Cuiabá, Várzea Grande, Rondonópolis e Sinop.