O Ministério Público de Mato Grosso instaurou uma investigação para apurar uma denúncia de suposta compra de votos na eleição da Federação Mato-grossense de Futebol (FMF). A medida atende a uma notícia-crime apresentada pela chapa “Progresso no Futebol”, liderada por Aron Dresch, adversário de João Dorileo Leal no pleito que ocorre neste sábado (3).
De acordo com a representação, Dorileo, que encabeça a chapa “Federação para Todos”, teria utilizado recursos da empresa Agropecuária Lago do Sol – Eireli, da qual é proprietário, para quitar R$ 4 mil em dívidas do Clube Associação Camponovense de Futebol (ACCF) junto à Confederação Brasileira de Futebol (CBF). A quitação dos débitos teria como objetivo garantir a participação do clube no colégio eleitoral da FMF, com direito a voto.
A acusação aponta que a solicitação de inclusão do clube no colégio eleitoral não partiu diretamente do ACCF, mas sim de um advogado com ligações com a chapa de Dorileo. Para a chapa de Dresch, a atitude configura abuso de poder econômico e tentativa de coação de voto, condutas previstas no artigo 165 da Lei Geral do Esporte (Lei nº 14.597/2023), que trata da corrupção privada no esporte.
Em despacho recente, o promotor Kledson Dionysio de Oliveira, da 31ª Promotoria de Justiça Criminal, considerou haver elementos suficientes para justificar a apuração dos fatos. No entanto, ele negou o pedido de medida cautelar que buscava impedir Dorileo de manter contato com dirigentes de clubes até o fim da eleição. O promotor ressaltou que o clube envolvido foi posteriormente excluído do colégio eleitoral por decisão da Comissão Eleitoral da FMF, reduzindo o risco imediato de influência no resultado.
O caso também foi encaminhado à 26ª Promotoria de Justiça Cível de Cuiabá, onde já tramita outro inquérito que investiga possíveis irregularidades na gestão e no processo eleitoral da FMF.
A eleição que definirá a nova diretoria da Federação ocorrerá neste sábado (3), às 9h, na sede da entidade, em Cuiabá. O processo está sob condução do Centro Brasileiro de Mediação e Arbitragem (CBMA), com autonomia da atual diretoria.
FONTE – RESUMO
