Exclusivo: João Arcanjo evita entrevistas, busca levar vida normal e não fala do passado

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CAMARA VG

Os gestos pausados, a simplicidade das roupas e o corpo visivelmente esguio para os quase 1,90m de altura apresentam um João Arcanjo Ribeiro, 64 anos, de certa forma, diferente daquele que é apresentado majoritariamente pela mídia de Mato Grosso. Ele trabalha no escritório do Estacionamento Milleniun, na Avenida Rubens de Mendonça (CPA), num dos endereços com metro quadrado mais valorizados de Cuiabá, onde recebeu o repórter fotográfico Rogério Florentino Pereira, da equipe de reportagem doOlhar Direto.
 
De imediato, o ex-bicheiro avisou que não se tratava de entrevista e, sim, de uma forma de mostrar à imprensa que deseja seguir em frente a sua vida, no anonimato, deixando para trás os sobressaltos do passado. Entre um copo de água e um cafezinho, ele conversou com a reportagem do OD sobre o momento atual, com a retomada da liberdade e volta ao trabalho, após quase 15 anos atrás das grades.

 
Quem conversa com João Arcanjo de hoje, já repaginado, em nada lembra a vilania com que era apresentado nas décadas de 1980, 1990 e 2000, pelas autoridades do Poder Judiciário e Ministério Público. O sorriso fácil e a voz quase inaudível fazem com que o visitante se sinta praticamente num consultório médico.
 
Embora tenha passado praticamente 15 anos sendo transferido de um Presídio Federal para outro, tendo passado mais tempo em Campo Grande (MS), ele revelou que sua mente sempre foi livre. Ele observou que esteve preso, mas nunca foi preso. 
 
Arcanjo Ribeiro não fala do passado e pede privacidade para o presente. Ele tomou o cuidado de não abordar o formato das cobranças de dívidas acumuladas em empréstimos e outros negócios, optando por delegar o trabalho para o seu advogado Zaid Arbid Filho, responsável por cobrar os devedores, seja de forma administrativa ou jurídica, se necessário.


 
Desde que conquistou a liberdade, o ex-bicheiro trabalha em dois períodos. Ele recebeu informalmente a reportagem do Olhar Direto pouco antes das 14 horas, quando desembarcou de forma anônima do carro que o levava.
 
Mesmo que exista um profissional posicionado estrategicamente para fotografar à distância, não existe ângulo possíveis para imagens. O próprio motorista revela que a forma de estacionar o carro é proposital, para Arcanjo não ser registrado.
 
João Arcanjo não falou de nenhum dos processos pelos quais foi condenado nem daqueles ainda em tramitação. Não assumiu culpa nem jurou inocência, em nenhum dos casos.

Olhar Direto.

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