Todos os anos, cresce 30% em Mato Grosso o número de pessoas interessadas em aprender a manusear e adquirir uma arma.
A estimativa é do diretor técnico da Federação de Tiro de Mato Grosso, Edson Massaiti Igarashi, proprietário da Defender – Tiro de Defesa, em Cuiabá.
“Os índices alarmantes da criminalidade fazem com que os cidadãos procurem alternativas para se protegerem, já que o poder público não é capaz de garantir nossa segurança. A procura por armas de fogo, de forma legalizada, é uma das alternativas", afirmou.
Igarashi explica que, apesar da dificuldade de se obter um porte de arma, principalmente depois da decretação do Estatudo do Desarmamento, em 2004, as pessoas podem comprar uma arma e ter o seu registro, seja na Polícia Federal ou no Exército.
A arma registrada pode ficar na residência e no local de trabalho de quem a requereu. Já o porte é liberado pela PF somente em situações extremas, caso a pessoa esteja comprovadamente correndo risco de vida ou sob ameça.
Para comprar uma arma, o interessado deve atender a vários requisitos: ter no mínimo 25 anos, residência fixa, uma ocupação lícita, fazer exames psicológicos, técnicos e também não ter antecedentes criminais. Essas exigências também valem para o porte de arma.
"A maioria das pessoas não tem conhecimento desse direito. Por causa do estatuto, é comum que quase todo mundo acredite que sequer possa comprar uma arma para ter em casa.
“ A bandidagem, hoje, não tem mais medo de invadir uma residência, mesmo sabendo que há pessoas nela", disse.
Curso de manuseio é essencial
Igarashi conta que se tornou instrutor em 2011, quando deixou a profissão de advogado para se dedicar exclusivamente à sua empresa, que ministra cursos de tiros.
"Nosso objetivo é desmistificar a arma, mostrar que um cidadão comum pode manuseá-la com toda a segurança, através de um curso básico, por exemplo. Deixamos claro que não precisa ter medo, porque o início do treinamento é simples e muito bem acompanhado por excelentes profissionais e instrutores do Estado", explica.
"Ensinamos toda a parte teórica e técnica, como empunhadura e manuseio da arma e os fundamentos do tiro", diz. Para se ter uma ideia, um curso básico, com direito a 50 disparos de pistola ou revólver no stand, sai a R$ 300,00.
Segundo ele, esse curso básico é o "pontapé inicial" pra se adquirir habilidade e, caso queira, se tornar praticante do tiro desportivo, adquirir uma arma ou pleitear o porte.
“Existem homens e mulheres que gostam muito de armamento, e gostariam de praticar o tiro até como um hobby. Sem contar que a prática também é desestressante", diz.
Igarashi conta que muitos acabam se identificando com o tiro desportivo, que possui vária modalidades.
"Vários clientes começaram fazendo um curso básico e depois acabaram virando atletas, disputando provas em campeonatos de Mato Grosso e brasileiro", diz.
Aumento da violência
Apesar de defender o direito dos cidadão de possuirem uma arma, o instrutor alerta que isso não resolverá o problema da falta de segurança no país, ou em Mato Grosso.
“Estar armado não resolve o problema, que é mais complexo e tem a ver, por exemplo, com os poucos investimentos na Educação. Mas a gente também não pode deixar a bandidagem dominar sem reação nenhuma. Acho que o cidadão de bem deve sim se proteger, porque o Estado não está conseguindo se proteger, quanto mais proteger ao cidadão, infelizmente essa é a realidade”, afirma.
Segundo Igarashi, o Governo Federal errou quando decidiu desarmar a população, a partir de 2004, por meio de campanhas que incentivaram os donos de armas a entregá-las maneira voluntária à Polícia Federal, com a promessa de que seriam indenizados pelo Governo Federal.
“O Estatuto do Desarmamento fez uma lavagem cerebral, milhares entregaram suas armas e não foram indenizados. Pior é que o cidadão acabou desarmado e refém da bandidagem. Infelizmente, o Governo acabou desarmando a ‘parte errada’, pois os criminosos possuem armas cada vez mais modernas e letais”.
Serviço:
Quem se interessar em fazer um curso básico na Defender deve entrar em contato pelo telefone (65) 3023-0330.
Fonte: Mídia News