Empresário condenado por matar filhos recorre de sentença de 16 anos por homicídio de ex-sócio

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Foto: Rogério Florentino / OD / Otmar Oliveira
CAMARA VG

Fonte: Olhar Juridico

O empresário Silas Caetano de Farias entrou com recurso contra a sentença de 16 anos de prisão em regime fechado, pelo assassinato de Agnaldo de Oliveira Prado, seu ex-sócio. O motivo do crime seria porque Agnaldo teria denunciado a um dos filhos de Silas que o empresário participou dos homicídios de outros três filhos seus, pelos quais já foi condenado.

O julgamento no Tribunal do Júri de Cuiabá ocorreu no último dia 6 de dezembro de 2019. Na ocasião o Ministério Público sustentou a tese de condenação nos termos da decisão de pronúncia, enquanto a defesa sustentou a tese de “negativa de participação, absolvição por clemência e a exclusão das qualificadoras”

O Conselho de Sentença se reuniu para fazer suas deliberações e acabou decidindo pela condenação de Silas a 16 anos de reclusão em regime inicialmente fechado, por homicídio, com as qualificadoras de motivo fútil e mediante pagamento, com implicação de crime hediondo.

A defesa do empresário, no entanto, interpôs um recurso de apelação contra a sentença, no último dia 16 de dezembro, que foi encaminhado à 2ª instância do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), para julgamento.

O caso

O assassinato de Agnaldo ocorreu em 2 de fevereiro de 2009, em uma casa no bairro Jardim Mariana, em Cuiabá. Informações contidas nos autos revelam que a mando de Silas, dois indivíduos não identificados mataram Agnaldo com diversos disparos de arma de fogo.

O crime foi cometido na casa da ex-esposa da vítima, com quem ele mantinha um bom relacionamento. Silas já foi julgado por mandar matar três de seus quatro filhos.

Na data dos fatos, um indivíduo não identificado bateu palmas na frente da casa, oportunidade em que o filho adolescente da vítima o atendeu. O indivíduo perguntou sobre a vítima e disse que estaria interessado na compra de um veículo.

  O adolescente entrou na residência e ligou para o pai, que disse que já estava dentro da garagem de casa atendendo uma pessoa interessada na compra do carro. Em seguida, o jovem foi até a garagem e viu o pai conversando com essa outra pessoa. Pouco depois, ouviu os disparos e quando correu para a frente da casa se deparou com o pai alvejado e caído no chão.

Apesar de os dois executores do homicídio não terem sido identificados, foi apurado que o mandante do crime foi o denunciado Silas, ex-sócio da vítima. Restou comprovado que o motivo do crime se deu em razão de a vítima ter conhecimento de que o empresário teria participado dos homicídios de três de seus próprios filhos e de ter revelado esses fatos ao único filho de Silas que sobreviveu, Jassan Thiago Rosa Jorge. O empresário já foi julgado por esses outros crimes.

Após o assassinato da vítima Agnaldo, Jassan também foi alvo de uma tentativa de homicídio, sendo que Silas foi denunciado por ter mandado executá-lo.

Assassinato dos filhos

Um dos filhos de Silas, Érico Pufal, teria sido assassinado a mando do pai por “queima de arquivo”, já que teria testemunhado outros dois crimes do qual o empresário era suspeito, sendo que de um deles foi inocentado.

Érico foi morto a tiros em frente a um restaurante na Avenida Mato Grosso, por dois homens que estavam em uma motocicleta. Os executores foram contratados pelo empresário para matar Érico, que foi atingido na cabeça e depois que caiu no chão levou mais quatro tiros nas costas.

Silas passou a ser investigado pela morte de Érico e de outros dois filhos ilegítimos depois do atentado sofrido por Jassan. O sobrevivente teria dito à polícia, ainda no hospital, como o crime teria ocorrido e ainda contou sobre o homicídios dos outros três filhos de Silas e o assassinato de Agnaldo. O empresário foi preso em 2011.

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