Justiça determina retorno de ‘Sandro Louco’ para presídio federal após tentativa de fuga na PCE

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Foto: Reprodução
CAMARA VG

Fonte: Olhar Juridico

O juízo da 2ª Vara Criminal de Cuiabá determinou a transferência de Sandro da Silva Rabelo, conhecido como ‘Sandro Louco’, para a Penitenciária Federal de Catanduvas, no Paraná, após pedido da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp), que relatou uma tentativa de fuga no último mês de março. Sandro é apontado como um dos principais líderes do Comando Vermelho e passou por diversas Unidades Prisionais de Mato Grosso, onde liderou motins, rebeliões e também fugiu de muitas Unidades.

Sandro Louco foi condenado à pena unificada de 205 anos e nove meses de reclusão pela prática dos crimes de desacato, falsificação, roubo, homicídio, latrocínio, sequestro e cárcere privado e posse ou porte de arma de fogo. Sua progressão de regime pode acontecer apenas a partir de 20 de junho de 2047, portanto, até lá continuará em unidades prisionais.

No último dia 12 de março de 2020 a 2ª Vara Criminal, responsável pelas execuções penais, foi provocada a se manifestar sobre um pedido realizado pela direção da Penitenciária Central do Estado, gerida pela Sesp, para a transferência de Sandro Louco para o Sistema Penitenciário Federal. Foi descoberta uma tentativa de fuga por parte de Sandro.

“Após levantamento da equipe de Inteligência da Polícia Penal, verificou-se uma possível fuga no Raio 05, desta forma, as equipes da Penitenciária Central juntamente com a equipe do GIR realizaram revistas minuciosas no referido raio. Logrando êxito na descoberta de várias celas cerradas […]. E que na data de ontem 11/03/2020 em revista no Raio 05A03, onde estavam alocados os reeducandos Sandro da Silva Rabelo e Leonardo dos Santos Pires. Diante do fato, os reeducandos foram realizados em outro local e o cubículo fora isolado para que a Politec realizasse perícia técnica no local.”.

A 2ª Vara, ao analisar o pedido, decidiu pela instauração do instituto do “juiz sem rosto”, através do sorteio de três Magistrados, os quais, por lei, devem ter suas identidades preservadas. Formado o colegiado, a decisão, de forma não unânime, foi pela transferência do recuperando Sandro da Silva Rabelo, de forma emergencial à uma das unidades penitenciárias federais.

Os magistrados citaram que Sandro Louco é um dos presos de maior periculosidade do Estado de Mato Grosso. Eles consideraram que ele é o principal líder da organização criminosa Comando Vermelho e em decorrência da tentativa de fuga, sua permanência “no sistema penitenciário estadual poderá colocar em risco tanto a incolumidade física dos demais detentos da unidade prisional quanto à sociedade mato-grossense”.

O colegiado ainda determinou que a transferência para o sistema penitenciário federal deverá ser emergencial “ante a extrema necessidade revelada pela participação do penitente em vários crimes, trazendo a lume articulação entre outras penitenciárias. Também citou que no dia 31 de março o sistema penitenciário federal  se manifestou favorável à inclusão de Sandro na Penitenciária Federal de Catanduva, no Paraná.

Vinda para Cuiabá

Sandro da Silva Rabelo, conhecido como ‘Sandro Louco’, chegou a Cuiabá na madrugada do dia 31 de maio de 2019. Ele, que estava em na Penitenciária Federal de Segurança Máxima de Catanduvas (PR) desde 2016, foi recambiado para a capital mato-grossense após um pedido da defesa. O criminoso chegou no Aeroporto Marechal Rondon em uma aeronave comercial.

O detento, que é considerado de alta periculosidade, ficou preso na Penitenciária Central do Estado (PCE). Uma das alegações da defesa foi de que Mato Grosso já abriga diversos presos do mesmo nível de Sandro e também a proximidade da família.

A primeira prisão de Sandro Louco ocorreu em 2000, após assaltar um banco em Várzea Grande. Enquanto preso, ele conseguiu fugir pelo menos quatro vezes e ainda liderou uma rebelião em Água Boa.

Dentre os crimes cometidos por Sandro Louco estão: latrocínio, roubo a banco, homicídio, sequestro e formação de quadrilha. As penas, somadas, ultrapassam os 200 anos de reclusão. Em 2017, ele foi o primeiro réu a participar de um júri popular por videoconferência em Mato Grosso.

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