Emanuel diz que não vai reabrir shoppings e academias para agradar empresários: pode virar um caos

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Foto: Rogério Florentino/Olhar Direto
CAMARA VG

Fonte: Olhar Direto

O prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), afirmou que mesmo sendo “simpático” aos problemas econômicos que alguns segmentos ainda enfrentam na Capital, como shopping centers e academias, em razão do fechamento por conta da pandemia do coronavírus, as atividades seguem sem uma data prevista para poder funcionar. Inicialmente, a Prefeitura disse que iria liberar os setores mediante a elaboração de um plano com critérios de reabertura, mas até o momento nenhuma proposta foi apresentada.

“Fico com o coração partido, sei o drama que estão vivendo. Alugueis para pagar, funcionários, entre outros. Me envolvo na situação, na vida de cada um. A Prefeitura está dando exemplo e cortando na própria carne. Fico angustiado. Existe uma prioridade que é a vida. Não posso tapar o sol com a peneira, dizer que está tudo bem, sem essa doença. Poderia tomar atitude simpática, que poderia levar a um caos depois. Jamais eu faria isso. Economia a gente recupera, mas a saúde, a vida só tem uma. Não tem como recuperar. Não posso ser inconsequente. No momento, não é recomendado. Por características de aglomeração, manipulação de alimentos, pratos, contato físico, diversidade de pessoas”, explicou o prefeito, em entrevista ao Olhar Direto.

No último final de semana, o prefeito editou novos decretos atualizando a lista de medidas e serviços que estão suspensos na capital como prevenção contra a proliferação do novo coronavírus. As medidas, no entanto, restringiram-se à administração pública.

O último decreto sobre o assunto foi publicado por Emanuel Pinheiro no dia 20 de abril. No documento, ele liberou atividades de prestação de serviços, mas em relação aos restaurantes, bares, academias, shoppings, clubes e similares, nenhuma regra foi descrita. Somente depois que a Prefeitura de Cuiabá emitir um novo decreto é que eles poderão retomar as atividades.

Os empresários do setor estão preocupados com a demora. Conforme divulgado pelo Olhar Direto, Amir Maluf, franqueado da rede Smart Fit, se reuniu com Emanuel para apresentar um plano de reabertura das academias, que inclui, por exemplo, aferição de temperatura dos clientes, utilização de máscaras pelos funcionários e higienização frequente dos espaços.

Já a presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel-MT), Lorenna Bezerra, propôs borrifar álcool nos funcionários, aferir temperaturas e reforçar todas as medidas de higiene em um possível retorno.

O prefeito não descartou liberar as atividades ainda em maio. “Possibilidade de voltar neste mês. Vamos acompanhar. O momento é de dificuldade, monitoraremos diariamente”, frisou.

Decreto de Bolsonaro

Nesta segunda-feira, em conversa com jornalistas, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse que iria incluir academias de ginástica, salões de beleza e barbearias na lista de serviços essenciais. “A questão da vida tem que ser tratada paralelamente à questão do emprego. Sem economia não tem vida”, disse, ao alegar que esses setores representam cerca de 1 milhão de empregos.

A nova medida pode gerar embate jurídico, já que em vários estados e municípios esses serviços estão proibidos, como em Cuiabá, por exemplo. Em abril, o Supremo Tribunal Federal garantiu autonomia a prefeitos e governadores na tomada de medidas de isolamento social para o enfrentamento ao coronavírus.

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