Em Manaus, Bolsonaro compara terras indígenas a zoológicos

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CAMARA VG

Em visita a Manaus nesta quinta-feira (14), o presidenciável Jair Bolsonaro (PSC-RJ) questionou se o Brasil ainda tem a soberania sobre a Amazônia por causa das terras indígenas, às quais comparou a zoológicos.

"Será que a Amazônia ainda é nossa? Em 1982, a Argentina falou que as Malvinas eram deles. Perderam. Hoje em dia, ouso dizer que dificilmente a Amazônia é nossa."

O presidenciável afirmou que, para "salvar ao menos parte da Amazônia", é preciso buscar parcerias com países democráticos como os EUA para a exploração dos recursos minerais. Ele também defendeu fixação de preços de minérios como o nióbio para a exportação.

A uma plateia de simpatizantes, no auditório de um hotel, Bolsonaro defendeu a exploração mineral em terras indígenas e disse que a demarcação de grandes áreas, como a dos ianomâmis, "poderão ser novos países dentro do Brasil." "Como é que pode um índio na Bolívia ser presidente, e o nosso aqui, por pressão do governo, condená-lo a ficar preso dentro de uma terra indígena como se fosse algo no zoológico? O índio é um ser humano, nosso irmão."

Por outro lado, Bolsonaro admitiu que o aquecimento global e o desmatamento podem levar "ao fim da espécie humana". Ele defendeu o controle populacional como a medida mais eficaz.

"Em 2011, tínhamos 7 bilhões de habitantes no mundo. Em 2025, teremos 8 bilhões. A questão desse crescimento populacional explosivo leva a desmatamento. Você não vai plantar soja no terraço do teu prédio nem criar gado no quintal. Temos de ter uma política de planejamento familiar", disse.

Mais cedo, Bolsonaro foi recepcionado no aeroporto por um boneco inflável de 12 metros e algumas centenas de apoiadores. Em discurso sobre um carro de som no estacionamento do aeroporto, prometeu dar "carta branca" para a PM matar.

"Se alguns dizem que quero carta branca pra Polícia Militar matar, eu respondo: 'Quero, sim'", disse, no alto de um carro de som, arrancando aplausos e gritos de "mito, mito".

"Policial que não atira em quem atira nele não é policial. Temos obrigação de dar uma retaguarda jurídica a esses bravos homens", completou Bolsonaro, repetindo uma de suas principais promessas de campanha.

A saída da porta de desembarque foi marcada por um grande empurra-empurra entre algumas centenas de simpatizantes -o chão terminou repleto de sapatos perdidos, principalmente chinelos. Bolsonaro saiu bastante suado e sem o seu relógio.

É a primeira fez que o boneco foi usado. Depois de Manaus, ele começará a circular pelo Brasil, explicou um dos responsáveis pela ideia, o vice-presidente do Movimento Direita Manaus, Gill Mota, 29.

O administrador de empresas explicou que o custo do boneco, de R$ 15 mil, foi rateado por organizações independentes de sete Estados.

Segundo colocado na corrida presidencial atrás de Lula (PT), na região Norte, Bolsonaro tem 16% na pesquisa espontânea do Datafolha -seu melhor desempenho no país. Com informações da Folhapress.

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