Incêndio destrói loja em Várzea Grande e deixa família sem sustento após 20 anos de trabalho
Um incêndio devastador consumiu na última terça-feira (3) uma loja que há mais de 20 anos sustentava uma família em Várzea Grande. A proprietária, Jackeline Viana Franco, ainda em estado de choque, expressou sua dor ao ver o negócio, que era sua única fonte de renda, reduzido a cinzas. “Eu não consigo acreditar que isso tenha acontecido. Pra mim, foi maldade, pura maldade”, desabafou, visivelmente abalada.
A loja, que começou como um projeto de vida em 2006, foi construída com muito esforço e sacrifício. A família chegou a trocar sua própria casa pelo estabelecimento, vivendo por um período nos fundos da loja. Jackeline revelou que, apesar de ter enfrentado pequenos furtos ao longo dos anos, nunca havia se deparado com um ato tão cruel.
“Primeiro, eu não acreditei, achei que era uma coisa simples. Alguém ateou fogo ali dentro, mas nunca imaginei que o comércio todo estaria em chamas. Foi difícil, foi um desespero. Até chegar aqui, eu fiz muita oração para não acreditar no que estava acontecendo. Mas, quando cheguei, vi a nossa realidade”, relatou.
O incêndio, que causou um prejuízo avaliado em R$ 250 mil, atingiu profundamente não apenas a loja, mas toda a estrutura financeira da família. Jackeline contou que o comércio era a principal fonte de renda da família, responsável por pagar contas essenciais, como luz, água e até o carro, que ainda está em financiamento.
“Nós nunca passamos fome, sempre conseguimos pagar tudo em dia, mas agora, eu não sei o que vai ser da gente”, disse.
A situação se agrava ainda mais devido ao estado de saúde do pai de Jackeline, que está em outra cidade passando por tratamento contra o câncer. “Estamos vivendo um dia de cada vez, com hospital e todas essas dificuldades. E agora, sem a loja, a situação ficou ainda pior”, contou.
Apesar da tragédia, Jackeline mantém a esperança de recomeçar. Com o apoio da família, foi criada uma vaquinha online para arrecadar cerca de R$ 100 mil, com o objetivo de reconstruir o que foi perdido. “Minha irmã criou uma vaquinha online para nos ajudar a recomeçar. O prédio está completamente destruído, vai ter que ser demolido. Mas eu só penso em seguir em frente, um dia de cada vez, com o apoio de quem está ao meu lado”, afirmou.
As investigações preliminares apontam que o incêndio foi criminoso. Imagens de segurança capturaram uma pessoa próxima ao local momentos antes do início do fogo. Questionada sobre possíveis ameaças ou suspeitas, Jackeline negou ter sofrido qualquer tipo de intimidação e afirmou não acreditar que o crime tenha sido motivado por intolerância religiosa.
“Pra mim, não tem outro sentimento, foi de pura maldade. Eu não consigo entender que seja uma intolerância religiosa. Sei que essas coisas ainda acontecem, mas não consigo acreditar que foi isso, porque esse comércio existe há mais de 40 anos aqui em Várzea Grande. E acontecer uma coisa dessa, pra mim, é maldade, simplesmente maldade”, pontuou.
Jackeline encerrou seu relato emocionada, incerta sobre o futuro, mas determinada a lutar pelo que resta de esperança. “Eu não sei quem fez isso, mas espero que essa pessoa seja responsabilizada, porque quem fez essa maldade pode fazer de novo com outras pessoas.”
Para quem quiser ajudar, as doações podem ser feitas através da chave Pix: 946.085.391-91.
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