Mato Grosso contabiliza 127 falecimentos de crianças indígenas e se posiciona entre as regiões com o maior número de óbitos preveníveis em 2024

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Foto: Reprodução
ALMT

Mato Grosso é o terceiro estado com mais mortes de crianças indígenas em 2024, aponta relatório

Mato Grosso encerrou o ano de 2024 como o terceiro estado brasileiro com maior número de mortes de crianças indígenas de até 4 anos, segundo o relatório Violência Contra os Povos Indígenas no Brasil, divulgado na última segunda-feira (28). O documento, elaborado anualmente com base em dados oficiais, destaca a ausência de políticas públicas básicas como fator determinante para a vulnerabilidade dos povos originários.

De acordo com o levantamento, 127 crianças indígenas morreram no estado ao longo do ano passado — um aumento de 2,4% em relação a 2023, quando foram registrados 124 óbitos. Entre as vítimas, 66 eram meninos e 61 meninas.

Mato Grosso fica atrás apenas do Amazonas, que lidera o ranking com 274 mortes, e de Roraima, com 139. Juntos, os três estados concentram 58,6% das mortes de crianças indígenas registradas no Brasil em 2024.

Entre as principais causas dos óbitos estão doenças evitáveis com atendimento médico básico, como gripe e pneumonia (103 casos), infecções intestinais e gastroenterites (64 casos) e desnutrição (43 registros).

Falta de atendimento médico também coloca Mato Grosso entre os primeiros do país

O estado também ocupa a terceira posição no ranking nacional de mortes de indígenas por falta de atendimento médico. Foram 11 casos confirmados em 2024 — nove homens e duas mulheres — segundo dados obtidos via Lei de Acesso à Informação, com base no Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), das secretarias estaduais de saúde e da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai).

Mato Grosso está empatado com o Amazonas nesse indicador. À frente aparecem o Acre, com 18 mortes, e o Pará, com 16.

O relatório aponta que esses dados evidenciam a precariedade do acesso à saúde e o abandono institucional enfrentado por diversas comunidades indígenas, especialmente aquelas localizadas em regiões remotas da Amazônia Legal.

 

 

Da Redação com informações do Olhar Direto