Reeleição de Aron Dresch à frente da FMF é contestada por dirigentes e investigada pelo MP

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Foto: Reprodução

A corrida eleitoral pela presidência da Federação Mato-grossense de Futebol (FMF) ganhou novos contornos nesta semana, com acusações de coação e uso indevido de assinaturas contra o atual presidente da entidade, Aron Dresch. Segundo Reydner Souza, ex-presidente do União Esporte Clube, e Leomar Pinto, presidente licenciado do Nova Mutum, seus nomes foram usados para subscrever a chapa de reeleição de Dresch sem consentimento, mesmo estando ambos na chapa de oposição.

A chapa “Progresso no Futebol”, encabeçada por Dresch, foi protocolada no último dia 15 com apoio de 22 clubes e uma associação. No entanto, Leomar afirma que assinou um documento em fevereiro — antes mesmo da regulamentação oficial do pleito — e que este foi posteriormente anexado de forma indevida à candidatura de Dresch. “Esse documento não tem validade nenhuma para a subscrição de chapa”, disse.

Já Reydner foi ainda mais incisivo ao afirmar que foi coagido pelo atual presidente para assinar o apoio, sob ameaça de perder benefícios. Segundo ele, após esse episódio, jamais foi procurado por Dresch novamente. “Estou na chapa de Dorileo e vamos fazer um futebol para todos”, declarou.

A chapa de oposição, batizada de “Federação Para Todos” e liderada por João Dorileo Leal, dono do Mixto e do Grupo Gazeta, foi formalizada na quarta-feira (23) com apoio oficial de seis clubes e uma liga esportiva.

O estatuto da FMF proíbe que um mesmo clube apoie mais de uma chapa, sendo considerada válida apenas a primeira inscrição registrada. Com a disputa em curso, 21 clubes e uma liga estão aptos a votar na eleição, marcada para 3 de maio. O vencedor assume mandato entre maio de 2025 e maio de 2026.

Dresch, que preside a FMF desde 2017, tenta um terceiro mandato. Apesar de ter prometido anteriormente que não se manteria por longos períodos no cargo, formou nova chapa ao lado do gestor do Luverdense, Aluizio Bassani, e do advogado Geandre Bucair, membro do STJD.

A situação se agrava com a abertura de um inquérito civil pelo Ministério Público Estadual, conduzido pelo promotor Renee do Ó Souza, para apurar irregularidades na gestão de Dresch e no processo eleitoral. Entre os pontos investigados estão indícios de compra de votos, falta de transparência e violação de normas estatutárias. A apuração ocorre em meio ao escândalo nacional revelado pela Revista Piauí, que apontou o pagamento de supersalários a dirigentes estaduais, incluindo Dresch.

A FMF foi procurada, mas até o momento não se pronunciou sobre as denúncias. O espaço permanece aberto para manifestação.

FONTE – RESUMO