Vídeo de abuso sexual de pessoa incapaz que resultou na prisão do policial é falso e o agente é liberado após mais de um ano detido

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Foto: Reprodução
ALMT

Policial Civil é absolvido após vídeo de suposta masturbação ser comprovado como montagem em Várzea Grande

Um agente da Polícia Civil, identificado como L.G.R., de 54 anos, foi absolvido da acusação de estupro de vulnerável após passar mais de um ano preso preventivamente. O caso, registrado em abril do ano passado no bairro Parque do Lago, em Várzea Grande (MT), ganhou repercussão devido a um vídeo em que o policial supostamente aparecia se masturbando dentro de um carro. A gravação, porém, foi apontada como montagem por um laudo pericial.

Além do vídeo, o agente também havia sido denunciado por perseguir uma criança enquanto estava nu. No entanto, essa acusação não foi sustentada por testemunhas durante o processo, e a suposta vítima sequer foi localizada. Com a ausência de provas, a Justiça determinou a liberdade do policial e sua absolvição.

Laudo apontou manipulação de vídeo

O laudo pericial, obtido com exclusividade pelo Olhar Direto, apontou que o vídeo de 24 segundos apresentava elementos incompatíveis com o veículo do agente, um Fiat Uno. O detalhe decisivo foi a mudança no modelo do retrovisor entre a primeira e a segunda parte da gravação.

“Essa disparidade reforça a conclusão de que o retrovisor identificado no vídeo não pertence ao veículo examinado durante a perícia, nem mesmo ao modelo específico do carro em questão. Essas discrepâncias levantam a possibilidade de manipulação do vídeo e de edições durante sua produção”, afirma o documento.

Durante depoimento, o agente alegou que, no dia dos fatos, foi abordado por um homem que se identificou como integrante do Comando Vermelho, afirmando controlar a área. Segundo o policial, o indivíduo teria dito: “Te filmei, você vai ver”, o que reforçou sua suspeita de que o vídeo foi forjado para incriminá-lo.

Falta de provas na acusação de estupro de vulnerável

Na decisão, o juiz destacou que nenhuma testemunha confirmou a versão de que o agente tentou abusar de uma criança. A ausência de identificação e de oitiva da suposta vítima também foi determinante para o arquivamento da acusação.

“As testemunhas ouvidas em Juízo nada souberam relatar sobre a suposta tentativa de estupro de vulnerável. Assim, não se pode afirmar, sem sombra de dúvidas, a existência do crime em questão”, diz trecho da decisão judicial.

Com a conclusão do processo, o policial foi absolvido e deixou a prisão após mais de um ano detido.

 

 

Da Redação com informações do Olhar Direto