Olhar Direto
Apontado pela chamada ‘grande imprensa nacional’ como um das mais conservadoras, a bancada de Mato Grosso teve sete de seus oito deputados federais votando contra a abertura do processo contra o presidente Michel Temer (PMDB), em sessão marcada pela tensão na noite desta quarta-feira (2), no plenário Ulysses Guimarães, em Brasília. Dos oito mato-grossenses, o único voto contrário foi do deputado Ságuas Moraes, que fez um voto irônico, comparando a sessão a uma pizzaria, insinuando que as investigações acabariam em pizza.
O primeiro voto de Mato Grosso foi do deputado Adilton Sachetti (PSB), pelo sim ao relatório que "blinda" Temer da investigação. O segundo foi Carlos Bezerra, presidente regional do PMDB e amigo de longa data do presidente da República. “Pela estabilidade e pelo futuro, eu voto sim, senhor presidente”, disparou Bezerra, com a experiência de vários mandatos de deputado federal, um de senador e um de governador de Mato Grosso.
Também votaram sim, a favor de Temer, Ezequiel Fonseca (PP), Fábio Garcia (PSB), Nilson Leitão (PSDB), Victório Galli (PSC), Rogério Silva (PMDB) e Ságuas Moraes (PT).
Com base eleitoral em Tangará da Serra (Chapadão do Parecis), uma das regiões mais fortes do agronegócio, Rogério Silva seguiu a orientação partidária. Ele é cristão novono exercício do mandato, tendo assumido pela primeira vez uma cadeira na Câmara Federal, substituindo o deputado licenciado Valtenir Pereira (PSB).
Antes da votação, a reportagem do Olhar Direto já tinha mapeado os votos dos parlamentares mato-grossenses. A única dúvida era justamente o próprio Valtenir Pereira, que, se estivesse em plenário, seria obrigado a obedecer à determinação da Executiva Nacional do PSB, votando não, ou seja, pela investigação de Temer.