Niuan Ribeiro vai a Brasília pedir interferência de ministro para evitar fechamento de hospitais em Cuiabá

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Foto: Tchélo Figueiredo
CAMARA VG

Olhar Direto

Para evitar que milhares de pessoas fiquem sem atendimento médico especializado, o prefeito em exercício Niuan Ribeiro (PTB), de Cuiabá, segue para a Brasília, nesta quarta-feira (16), para se reunir com o ministro da Saúde, deputado Ricardo Barros (PP), para solicitar interferência direta na crise dos hospitais filantrópicos de Mato Grosso.

A expectativa é de que Ricardo Barros consiga evitar que os Hospitais Santa Helena, Geral Universitário (HGU), Santa Casa de Misericórdia de Cuiabá e Santa Casa de Rondonópolis paralisem todos os atendimentos a partir da próxima sexta-feira (18), caso não haja o repasse de novos recursos. 

“Cuiabá não tem como arcar com a saúde do Estado inteiro. Ontem a gente foi no Governo, tivemos uma audiência com o chefe da Casa Civil, junto com o deputado Victório Galli, estivemos lá para dialogar e achar uma solução, porque afinal de contas são pessoas que estão morrendo”, destacou o prefeito em exercício.

“Nessa saída do prefeito, nesses três primeiros dias, o principal tema em que estou me debruçando para ajudar a solucionar é isso. Se a gente não achar uma solução, eu tenho o aval do prefeito Emanuel Pinheiro para denunciar a gestão plena. Ou seja, nós só vamos atender os pacientes de Cuiabá. Se isso acontecer, a saúde do interior vai perecer ainda mais”, alertou.

Embora esteja em substituição do prefeito licenciado Emanuel Pinheiro (PMDB), em viagem de trabalho aos Estados Unidos, Ribeiro observou que não poderia assistir de braços cruzados. Ele permanece no cargo até o próximo dia 22, quando Pinheiro volta ao Brasil e, em seguida, reassume a Prefeitura de Cuiabá.

Niaun Ribeiro afirmou, para a reportagem do Olhar Direto, nesta terça-feira (15), que o quadro é dramático e exige providências emergenciais das autoridades, especialmente do Ministério da Saúde e do governo de Mato Grosso. Quase metade das pessoas atendidas nos hospitais filantrópicos são de outros municípios ou outros estados.

“Hoje, para se ter uma ideia, nas entidades filantrópicas que atendem aqui em Cuiabá, 57% do atendimento são de pessoas do interior do Estado e apenas 43% são de pessoas da Capital. O Governo do Estado tem uma dividia, hoje, de R$ 41 milhões em repasses para Cuiabá. O sistema de saúde está funcionando de forma muito precária, para você ter uma ideia está faltando soro nos hospitais. A demanda de Cuiabá que nós tínhamos planejado para medicamentos até o final do ano já está acabando, porque aumentou muito o número de atendimento, do que veio desaguar aqui. E Cuiabá também não tem de onde tirar”, afirmou Niuan.

Nesta terça, representantes dos hospitais filantrópicos anunciaram em uma coletiva de imprensa que vão paralisar todos os atendimentos caso não haja o repasse de novos recursos. De acordo com a presidente da Federação das Santas Casas, Hospitais e Entidades Filantrópicos Prestadoras de Serviço na Área da Saúde do Estado de Mato Grosso (FEHOSMT), Elizabeth Meurer, não há mais dinheiro para comprar insumos e medicamentos.

“Nós vínhamos conseguindo abrir alguns caminhos de negociação, mas não temos mais dinheiro para insumo, não temos mais dinheiro para medicação, para comida, e é por isso, infelizmente que vamos tomar esta atitude”.

Na semana passada, em conversa com jornalistas, o governador Pedro Taques disse que o Executivo não suporta mais os gastos com as entidades filantrópicas. E destacou também que o Estado não tem a obrigação legal realizar tais pagamentos.

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