Presidente do PP minimiza denúncias e quer Blairo disputando a reeleição

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Foto: Reprodução
CAMARA VG

O Documento

O Partido Progressista (PP) entrará na disputa por uma vaga majoritária na eleição de 2018. A legenda visa a reeleição do senador licenciado e atual ministro da Agricultura, Blairo Borges Maggi. É o que confirma o deputado federal e presidente do partido em Mato Grosso, Ezequiel Fonseca.

Os dois progressistas estão envolvidos em denúncias sobre desvio de recursos públicos. Tanto Fonseca quanto Maggi foram citados pelo ex-governador de Mato Grosso, Silval Barbosa (PMDB) e por seu chefe de gabinete Sílvio Cézar Corrêa, em depoimentos ao Ministério Públicos Federal (MPF) por meio de acordo de colaboração premiada homologado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

No final do mês passado, foram divulgados vídeos de Fonseca flagrado recebendo maços de dinheiro no gabinete do ex-assessor de Silval Barbosa, Sílvio César Corrêa, quando o deputado ainda exercia mandato no Parlamento estadual. Ele chega a sugerir transportar as cédulas na meia, proposta rechaçada pelo deputado estadual José Domingos Fraga (PSD) que também aparece no vídeo.

 O consenso surge diante de uma caixa de papelão, que armazena o dinheiro fruto de propina repassada por Silval Barbosa aos parlamentares, para que estes aprovassem as contas do governo. O vídeo foi anexado como prova material no acordo de colaboração premiada de Barbosa.

Para o parlamentar as denúncias não mudam os projetos políticos dos progressistas. “São denúncias. Vão ter que provar. É outra estória”, declarou à reportagem de O Documento. Ele reforça que conversou com o ministro Maggi logo após o retorno deste e do presidente da República, Michel Temer (PMDB) da China, há dez dias.

“Falei com ele, que é candidato à reeleição ao Senado”. O propósito de reeleição à vaga já havia sido manifestado por Maggi na semana passada, quando dirimiu as dúvidas geradas após afirmar que permaneceria no cargo de ministro de Temer até dezembro de 2018. Para concorrer, ele terá que se afastar da função 6 meses antes das eleições.

Sobre o flagra de Ezequiel Fonseca literalmente encaixotando maços de dinheiro, o deputado nega ser proveniente de propina e reafirmou que esclarecerá o episódio no momento oportuno. Em entrevista à Rádio Capital FM voltou a dizer que o vídeo foi editado. “Eu não vou me manifestar pelos poucos minutos de vídeo veiculado e editado com imagens deturpadas”. 

Ele não esclarece o motivo que o levou à sala do ex-chefe de gabinete de Silval Barbosa. “Nós chegamos ao gabinete do Silvio e nem sabíamos qual era o assunto. Mas eu prefiro esclarecer sobre essas imagens no momento adequado. Não vou ficar inventando história e no momento certo vou dizer o que estava acontecendo lá, até porque tem filmagens de várias pessoas, mas garanto que aquele dinheiro não era de propina”.

Deputados e ex-deputados que exerceram mandato entre 2010 a 2014 foram gravados por familiares e auxiliares do ex-governador recebendo propina. Nesta semana, todos foram alvo da Polícia Federal (PF) na Operação Malebolge. Os federais cumpriram mandado de busca e apreensão nos gabinetes e residências dos deputados Baiano Filho (PSDB), Zé Domingos Fraga (PSD), Romoaldo Júnior (PMDB), Wagner Ramos (PSD), Oscar Bezerra (PSB), Ondanir Bortolini – Nininho (PSD), Silvano Amaral (PMDB) e Gilmar Fabris (PSD). Este último foi preso preventivamente na sexta-feira (15), em Rondonópolis.

Segundo Silval Barbosa, os pagamentos pelo apoio parlamentar iniciaram no governo de Blairo Maggi. Nesse domingo, o jornal O Estado de São Paulo noticiou que a Amaggi poderá mudar o nome e suprimir assim a referência ao sobrenome de seu dono. Segundo a publicação, acionistas da Amaggi temem que as investigações que pairam sobre Blairo Maggi contaminem os negócios da família.

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