Olhar Direto
O advogado Thales Oliveira, que atropelou e matou o motociclista de 45 anos, identificado como Joemir Sales Mendes, no último domingo (01), na região do bairro Cidade Alta, em Cuiabá, se recusou a realizar o teste do bafômetro no local. Os PMs não verificaram sinais de embriaguez e no Instituto Médico Legal (IML) ficou comprovado que ele não fez uso de bebida alcoólica. O delegado Christian Cabral, titular da Delegacia Especializada em Delitos de Trânsito (Deletran), crê que o acusado estava acima do permitido. A defesa de Thales nega culpa no acidente e diz que presta apoio aos familiares da vítima.
Em entrevista ao Olhar Direto, o delegado Christian Cabral informou que a responsabilidade pelo acidente foi do condutor da Mitsubishi Outlander. Ele recusou o bafômetro e foi multado em R$ 2.934,70. Além disto, teve a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) recolhida. No Instituto Médico Legal (IML) foi realizado um exame que descartou a ingestão de bebida alcoólica.
A polícia ainda sugeriu uma exame de urina, para saber se o suspeito estava sob efeito de alguma droga: “Porém, ele recusou. A nossa lei infelizmente permite isso, o que acaba travando as nossas investigações”, avaliou o delegado. Os policiais militares informaram que o advogado não apresenta nenhum sinal de embriaguez.
“Agora eu vou apurar com quem ele estava antes do acidente, aguardando o laudo para confirmar. No cenário que temos hoje, ele responderá por homicídio culposo. No decorrer da investigação, se for comprovado que ele estava sem capacidade de dirigir, seja por droga ou medicamento, pode evoluir para homicídio doloso. Vamos esperar o laudo”, explicou o delegado.
O local onde aconteceu o fato fica logo depois de um radar. Por conta disto, o delegado já pediu para a Secretaria de Mobilidade Urbana (Semob) informações se ele passou acima da velocidade permitida. Além disto, o delegado também espera o laudo da Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec): “Pelo que vimos do impacto e dos vestígios, parece que estava acima do limite da via, que é de 60 km/h”.
Outro lado
O advogado Maurício Aude, que representa o acusado, explicou que ainda não teve contato pessoal com o cliente, mas adiantou que ele “não reconhece culpa no acidente e está à disposição das autoridades para o que for necessário. No momento do acidente, realmente não apresentava sinais de embriaguez. Foi realizado o laudo no IML, que comprovou que ele não ingeriu bebida alcoólica”.
Aude também informa que “os airbags sequer foram acionados, o carro não estava em alta velocidade. Além disto, por uma questão de humanidade, a família do Thales está tentando contato com a família do motociclista para prestar apoio e aguardarmos o resultado. Reafirmo, mesmo reconhecendo não ser culpado, por uma questão de humanidade”.