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A Polícia Judiciária Civil (PJC) deflagrou, na manhã desta quarta-feira (04), uma operação contra o tráfico de drogas e cumpre 42 mandados de prisão preventiva e 70 buscas e apreensão, nos bairros Pedregal, Renascer e Jardim Leblon, em Cuiabá. As ações são comandadas pela Delegacia Especializada de Repressão a Entorpecentes (DRE). A ex-mulher de 'Maninho', morto no fim de 2015, seria a comandante do 'negócio'.
Batizada de ‘Campo Minado’, a operação mobilizou 350 policiais civis, entre delegados, investigadores e escrivães das Diretorias de Metropolitana e Atividades Especiais, para desarticular uma rede de traficantes associados para movimentação de grandes quantidades de droga e abastecimento de bocas de fumo nos três bairros e outros pontos de Cuiabá e Várzea Grande.
O delegado Frederico Murta, coordenador da operação, explica que a investigação teve apoio do núcleo de inteligência e setor operacional da DRE e se iniciou há seis meses, com uma série de denúncias informando que após o assassinato do traficante, Enatel dos Santos Albernaz, 37, conhecido por “Maninho”, em 22 de novembro de 2015, sua mulher passou a comandar do tráfico de drogas na região.
“Constatamos não somente o envolvimento da ex-esposa de ‘Maninho’ com o tráfico, mas a existência de uma grande cadeia de traficantes associados para distribuição de entorpecentes”, disse Murta.
Durante as investigações, a ex-esposa de Maninho, iniciais Y.C.M.G, foi identificada como uma das vozes forte do grupo de criminoso, responsável por tomar decisões e articular as transações de grande quantidade de drogas, especialmente, maconha, vinda da fronteira de Mato Grosso do Sul com o Paraguai.
Tamanho era o poderio da organização, com diversos ‘soldados’ do tráfico de drogas, que até era difícil manter a vigilância para identificação de pontos de comércio de drogas. Mais de 50 bocas de fumo foram catalogadas pela DRE durante a investigação, locais onde também foram feitas prisões e apreensões.
Durante os trabalhos de investigação, 11 traficantes, que também terão mandados de prisão cumpridos na operação “Campo Minado”, foram presos. Além disto, mais de 2,5 toneladas de drogas, que nem chegaram a vir para Mato Grosso, foram interceptadas pela polícia.
A Polícia Civil também descobriu que um agente penitenciário tinha participação ativa na organização criminosa. O agente, lotado no Centro de Ressocialização do Complexo do Pomeri, foi preso na semana passada pela DRE, na posse de 1 quilo de maconha. Ele também terá mandado de prisão cumprido por outros fatos na operação de hoje.
Em razão da quantidade de pessoas investigadas, os presos serão levados para a sede da Delegacia Especializada de Roubos e Furtos (Derf) de Cuiabá, para os procedimentos da prisão e interrogatórios. As apreensões e flagrantes ficarão na Delegacia de Entorpecentes (DRE).
Morte de 'Maninho'
'Maninho', apontado como o chefe do tráfico de drogas na região, foi assassinado no fim de novembro de 2015, quando dois homens que estavam em uma moto metralharam a casa dele. Outras duas pessoas ficaram feridas e tiveram de ser encaminhadas para a Policlínica da região. Uma pessoa que estava com Maninho também veio a óbito.
Após a morte de ‘Maninho’, os moradores do bairro Jardim Pedregal, em Cuiabá, ficaram em alerta. Denúncias repassadas ao Centro Integrado de Operações (Ciosp) davam conta de que o bairro seria palco de atos de violência. Segundo o comunicado feito à Secretaria de Segurança Pública, quem fosse encontrado caminhando a noite pelo bairro será alvo de represálias.
Força-tarefa
Após três assassinatos em um período de 72 horas, registrados na mesma rua Manaíra, do bairro Pedregal, em Cuiabá, a Secretaria de Segurança Pública de Mato Grosso (Sesp-MT) determinou uma força-tarefa para investigar as ocorrências. Os crimes suscitam uma série de questionamentos sobre uma disputa de facções por território.