Emanuel diz respeitar a CPI, mas teme prejuízo à governabilidade

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CAMARA VG

O prefeito de Cuiabá Emanuel Pinheiro (PMDB) disse “respeitar” a decisão da Câmara de instalar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigá-lo por quebra de decoro. Entretanto, pediu que o processo não atrapalhe a “governabilidade”.

“Quem não deve não teme. Mas desejo que a CPI trabalhe com isenção e imparcialidade e que a gente tenha o cuidado disso não atingir a governabilidade. Estamos com a gestão na mão: folha em dia, fornecedores em dia, equilíbrio entre receita e despesa… Cuiabá tem obras em todas as regiões, vai virar um canteiro de obras daqui alguns meses e a governabilidade tem que estar intacta. Essa é minha preocupação”, disse em entrevista ao MidiaNews.

A CPI irá analisar o vídeo em que o prefeito foi filmado recebendo maços de dinheiro no Palácio Paiaguás, à época em que era deputado estadual. O vídeo foi feito pelo ex-chefe de gabinete Silvio César Correa e entregue na delação do ex-governador Silval Barbosa ao Supremo Tribunal Federal (STF).

“Então, quero continuar mantendo uma relação de harmonia com a Câmara, mas com a indispensável independência que deve haver nessa relação. Só me resta respeitar a posição da Câmara. Quem não deve não teme. Não interferi em nada e jamais vou interferir e acho que a Câmara toma suas decisões com maturidade. Eu só espero, desejo, que a CPI não desestabilize a governabilidade, porque Cuiabá está acima de tudo. Nada pode afetar Cuiabá”, afirmou.

Emanuel preferiu não dizer se acredita na legitimidade da Câmara em investigar o caso, que corre no STF.

Disse, também, que não deve, a princípio, acionar a Justiça para questionar a legalidade da comissão. Antes de o processo ser instalado na Câmara, o peemedebista disse haver “ilegalidade” na investigação e que sua equipe poderia tentar reverter o processo por meios judiciais.

“A princípio não pretendo [buscar a Justiça], porque isso é uma decisão interna da Câmara. Vamos analisar. Não posso me furtar de conversar com minha equipe. Mas, a princípio, não vejo essa necessidade”, disse.

“A população cuiabana espera muito de nós e tudo que fizermos por Cuiabá é pouco. Todas as obras que estamos desenvolvendo são necessárias para a população. A população espera um prefeito mais próximo, o prefeito cuidando da população. O foco é Cuiabá. Então, minha preocupação é que nada disso seja afetado e possamos continuar trabalhando”, completou.

 

A CPI

A CPI irá analisar o vídeo em que o prefeito foi filmado recebendo maços de dinheiro no Palácio Paiaguás, à época em que era deputado estadual. O vídeo foi feito por Silvio em seu gabinete e flagrou outros parlamentares pegando o que seria uma espécie de "mensalinho" para apoiar o Poder Executivo.

Além disso, também faz parte do objeto da investigação uma suposta tentativa de obstrução da Justiça por meio de uma gravação feita por Zanatta em que ele conversa com Silvio sobre detalhes da delação.

No áudio, segundo o requerimento de abertura da comissão, Zanatta tentou obter declarações de Silvio que pudessem inocentar o prefeito. Essa gravação foi entregue pelo ex-secretário a Emanuel.

Na quinta-feira (16), a Câmara definiu os membros da CPI. O vereador de oposição Marcelo Bussiki (PSB) será o presidente, já os vereadores Adevair Cabral (PSDB) e Mário Nadaf (PV), que são aliados de Emanuel, serão relator e membro, respectivamente.

 

Midia News

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