Lançamento do Box de Curtas lota o Cine Teatro Cuiabá

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Reprodução
CAMARA VG

A plateia cuiabana ouviu o chamado e compareceu em peso ao lançamento dos quatro curtas-metragens e um piloto de série para TV que integram o Box de Curtas. Mais uma vez, depois do lançamento de Bala Perdida, o público pode se reconhecer na telona e conferir a identidade regional das produções cinematográficas de Mato Grosso, que além de entreter apostam em temas da contemporaneidade. O resultado são filmes de conteúdo universal que ao certo serão incluídas na seleção de grandes festivais nacionais e mundiais.

A experiência colaborativa do Box de Curtas, a exemplo, já puxa a fila, com convite especial para integrar a programação do 12º Comunicurtas, na Paraíba, com direito a roda de conversa sobre o projeto audiovisual e exibição de três filmes do box: Teodora quer Dançar, de Samantha Col Debella, Juba, de Severino Neto e A gente nasce só de mãe, de Caru Roelis. 

À sessão desta sexta-feira (24), várias autoridades estiveram presentes, com destaque para o governador Pedro Taques, que entrou no clima e já chegou à sessão munido de saco de pipoca. O secretário de Estado de Cultura, Leandro Carvalho, mostrou-se bastante entusiasmado ao ver a plateia lotada.

“Ver esse teatro cheio mais uma vez para a estreia mato-grossense e saber que isto é resultado de produção intensa que envolveu centenas de profissionais e foi impulsionada pelos editais é certeza de que estamos no caminho certo. Esse resultado foi compartilhado com o próprio setor, a partir de diálogo permanente”, destacou Leandro.  

“Agora, ficamos ansiosos para acompanhar outra intensa movimentação que vai se dar com as filmagens dos longas-metragens”. Ao todo 13 obras foram contempladas no concurso para Seleção de Projetos Audiovisuais realizado pela Secretaria de Estado de Cultura, Ancine e Fundo Setorial do Audiovisual. Lançado em 2016, promete frutos para além de 2018.

Em sua fala, na abertura do evento, a diretora do filme Aquele Disco da Gal, Juliana Curvo – a seu lado na direção, está Diego Baraldi – narrou sua experiência. “É preciso ressaltar a seriedade com que foi tratado este edital”. Ela e o parceiro desta empreitada, Diego, são ativistas há tempos. “Já exibimos filmes de tantos diretores, em tantos lugares e dessa vez é diferente, estamos exibindo algo com a nossa assinatura pela primeira vez”, alegrou-se.

A produtora executiva do Box de Curtas, Bárbara Varela, destacou a atuação da SEC-MT na promoção de um cenário promissor para o cinema mato-grossense. “A SEC-MT através do Secretário Leandro Carvalho e seu corpo técnico, têm consolidado um trabalho de fundamental importância para o desenvolvimento do polo cinematográfico regional. Podemos constatar uma transformação positiva do cenário, a ponto de podermos já sonhar em vivenciar o cinema integralmente – com a possibilidade de geramos mais emprego e renda”, disse.

Depois das exibições, artistas e técnicos confraternizaram. Foi impossível não notar a preocupação dos diretores em estimular o debate – a partir de suas produções – sobre temas da contemporaneidade, como é o caso das questões de gênero, protagonismo negro e temas do cotidiano da cidade.

Filmes e temas

A Produtora, Molêra Filmes e Leão Film, trabalham temas diversos, desde a recriação de uma das mais famosas lendas urbanas da Cuiabá antiga, até abordagens sociais contemporâneas.

O filme Teodora Quer Dançar, da roteirista Samantha Col Debella, foi baseado na lenda da mulher de máscara que aparecia nos bailes de carnaval do antigo Clube Feminino de Cuiabá. “O enredo de Teodora foi trazido para os dias atuais e o cenário passa a ser um dos points da cidade: a Praça da Mandioca. A lenda moderna continua permeando os temas amor e morte, mas o filme tem como eixo dramático a história de como o amor pode ser sublime e assustador ao mesmo tempo”.

Já a roteirista Caru Roelis conta no filme A gente nasce só de mãe a história de um dia na vida de Emylly, uma garota de 17 anos que vive com dois irmãos menores e o filho recém-nascido, em condições precárias na periferia da cidade. “O filme visa impactar a ficção com a realidade à qual muitas vezes fechamos os olhos. É um filme dramático, cru e realista, com a pretensão de incomodar o público e fazê-lo pensar no tema essencial da história: o quanto a falta de estrutura familiar alimenta o ciclo da miséria”, completa.

O curta-metragem Juba, de Severino Neto e Rafael de Carvalho, “é um filme sensível que se concentra nos sonhos e dramas vividos por jovens artistas de rua, agravados pela maternidade precoce e suas difíceis escolhas pela sobrevivência”, conta Neto.

A série de ficção Ciranda discute questões de identidade de gênero e de orientação sexual. “É a busca pela realização do desejo e do afeto contada por histórias que não querem cair numa sistematização maniqueísta de bons e maus, certos e errados”, comentam os roteiristas Felippy Damian e Angela Coradini.

Por fim, Aquele Disco da Gal evidencia o que se altera em cada pessoa quando as mudanças da vida oferecem novos caminhos. "Mariana decide deixar o apartamento onde viveu por mais de uma década com o agora ex-marido Henrique e com a filha adolescente Natália. Natália contraria a mãe e decide permanecer em casa com o pai. Juntos, pai e filha aprendem a lidar melhor um com o outro”, antecipam os criadores da história, Juliana Curvo e Diego Baraldi. 

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