Júlio Campos recorda vitória de Dante e alerta que Pedro Taques tem condições de reverter situação e vencer em 2018

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CAMARA VG

As mais de quatro décadas de caça ao voto e as 10 eleições disputadas, com oito vitórias, dão ao ex-governador e ex-senador Júlio Campos (DEM) a condição e a expertise para analisar com serenidade o quadro político de Mato Grosso. E é por causa dos mais de 40 anos de vida pública que ele assegura enxergar a existência de condições de o governador José Pedro Taques (PSDB) chegar, em 2018, tendo a perspectiva de disputar a reeleição com “chances reais” de vitória.
 
Júlio Campos cita o exemplo do então governador Dante Martins de Oliveira (in memorian), reeleito em 1998, quando conseguiu reverter rejeição superior a 50% registrada no final de 1997.  “Dante estava mais desgastado naquela época que Pedro Taques, hoje em dia. Ele tinha demitido mais de 25 mil servidores públicos, fechado o Bemat e vendido a Cemat. Nesta época [nove meses das eleições], estava com mais de 50% de rejeição”, lembrou ele, para a reportagem do Olhar Direto.
 
Na época, Júlio saiu candidato ao governo de Mato Grosso, contra Dante, quando tinha 53% das intenções de voto nas pesquisas de opinião pública sobre tendência do eleitorado, contra 11% do rival, às vésperas das convenções partidárias.  “Isso mesmo: na época das convenções, em 1998, Dante tinha 11%; Carlos Bezerra [PMDB] 19% e Júlio Campos 53%. Júlio saiu para governador e Bezerra para senador [na mesma chapa]. E deu zebra!”, citou o ex-senador, hoje sorrindo da situação inusitada que viveu.
 
“Após a abertura das urnas, Dante que tinha 11% subiu para 51% e venceu no primeiro turno. Eu baixei para menos de 43%. E o [Carlos Augusto] Abicalil [PT] fez 7%”, ponderou o ex-governador, atual dirigente do Democratas de Mato Grosso. Ele faz uma exame lúcido da época, comparando com os dias atuais.
 
O ex-senador destacou que pontos importantes fizeram a ‘virada’, mas colocou o Programa de Desenvolvimento de Iniciativas Comunitárias (Padic), vinculado ao Programa de Desenvolvimento Agroambiental (Prodeagro), tendo US$ 276 milhões – R$ 919 milhões pela cotação atual – para investir, como item crucial. “Houve o dinheiro do Peodeagro, que permitiu ao Dante fazer o Padic, para entregar cheques em quase todos os municípios”, citou.  
 
Caso Pedro Taques saia candidato à reeleição, teria chance. “Sem dúvida, se Taques for candidato à reeleição é uma candidatura a ser estudada. Pedro Taques tem plena condição de chegar forte à reeleição”, ponderou Campos.
 
Para o ex-governador de Mato Grosso, quem está no poder já sai com pelo menos 25% até 30% dos votos. “E para sair de 25% e chegar até 50% é mais fácil do que quem está saindo do zero. Por isso sempre digo: o quadro político só vai definir ano que vem”, comparou Júlio, por considerar a disputa muito desigual entre quem está dentro e quem está fora do poder.
 
É por conta disso que sempre alerta os afoitos que desejam romper de vez com o governador Pedro Taques. “Não se iludam. Governo é governo! Taques pode se recuperar e ganhar as eleições”, complementou Júlio Campos, do alto de sua experiência de quem foi governador de Mato Grosso, prefeito de Várzea Grande, senador da República e três vezes deputado federal.   

Olhar Direto.

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