O fato de o governo de Mato Grosso ter recuperado mais de R$ 1 bilhão em sonegação e concessões fraudulentas de incentivos fiscais, em menos de três, deveria ser motivo de comemoração e não de crítica dos prefeitos. A tese foi sustentada pelo secretário-chefe da Casa Civil, deputado Max Russi (PSB), ao lembrar que 25% dos mais de R$ 1 bilhão resgatados pela gestão do governador José Pedro Taques (PSDB) pertencem as prefeituras e foram direto para as contas das prefeituras.
O chefe da Casa Civil lembrou que a Constituição da República determina que 25% do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) pertence aos municípios. “É certo que recuperamos mais de R$ 1 bilhão de roubo, de sacanagem e de desvios da gestão passada, principalmente em incentivos fiscais equivocados. É dinheiro resgatado também para as administrações municipais”, pontuou ele, em entrevista à Rádio Capital FM de Cuiabá, nesta sexta-feira (5).
Max Russi observou que o Comitê Interinstitucional de Recuperação de Ativos (Cira), a Procuradoria Geral do Estado (PGE), o Ministério Público (MPE) e a Controladoria Geral do Estado (CGE) realizam um trabalho silencioso, mas de suma importância para Mato Grosso.
“Eram recursos que já tinham sido desviados. Então, com a entrada de Cira, PGE e MPE conseguimos recuperar uma parte dos recursos”, ponderou o titular da Casa Civil. Ele citou o resgate de quase R$ 350 bilhões da JBS FriBoi, R$ 240 milhões de uma indústria de cimento, R$ 120 milhões da Energisa Cemat e 200 milhões de outras empresas, entre outras ações vitoriosas do Cira e MPE.
Diante dos questionamentos, Max citou que Pedro Taques assumiu um Estado arrombado pelo antecessor, situação agravada pela crise econômica do Brasil, com alto índice de desemprego e recessão. “Passamos três anos de crise e dificuldade! Arrombaram o Estado de Mato Grosso e nos entregaram [em janeiro de 2015] só a capa da gaita. Nosso governo pode ter falhas e precisamos melhorar, mas tenho certeza de que houve avanços significativos”, sintetizou Max.
Com a experiência de quem foi vereador e prefeito de Jaciara, ele evitou recriminar as críticas do presidente da Associação Mato-Grossense dos Municípios (AMM), ex-prefeito Neurilan Fraga (PSD) e outros prefeitos, à administração municipal.
“Não é fácil ser prefeito. Principalmente para fechar as contas no final do ano, com o engessamento da máquina pública. Realmente não é fácil. Eu fui prefeito e fui vereador de cidade pequena. Entendo bem [as reclamações]”, complementou Max Russi.
Em 2018, o secretário-chefe da Casa Civil crê que o relacionamento com os prefeitos será muito melhor e considerado “totalmente superadas” possíveis desavenças pontuais, registradas no passado com a AMM.
Olhar Direto.