Taques nega crise com deputados e garante que corte em emendas para o Carnaval não é retaliação à CPI

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CAMARA VG

O governador Pedro Taques (PSDB) voltou a negar, nesta quinta-feira (18), que esteja em crise com sua base na Assembleia Legislativa, após a criação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que irá investigar se houve desvio de finalidade no uso de verbas de Fundos do Estado. Em meio à polêmica no corte das emendas que seriam destinadas ao Carnaval de 2018, Taques garantiu que a medida não foi uma forma de retaliação ao Legislativo – por conta da CPI – e explicou que em um momento de crise, decidiu priorizar os pagamentos à Saúde.

“A base não precisa ser recomposta, porque a base está unida conosco. A CPI é um direito do Poder Legislativo, eu sou favorável a CPI, tanto que o líder [Dilmar Dal’Bosco] me ligou e eu o liberei para assinar a CPI. Quem não tem nada a temer não precisa ficar com medo, nós não fizemos nada de errado. Nós estamos em um momento de crise. Eu gosto de Carnaval, quem não gosta de samba bom sujeito não é, mas nesse momento a prioridade é a Saúde”, afirmou o governador, durante a posse do novo secretário de Fazenda, Rogério Gallo.

A CPI das Pedaladas, como vem sendo chamada, foi instalada na última terça-feira (16) e reuniu 15 assinaturas de deputados de oposição e base. A comissão deverá apurar um possível desvio de finalidade dos recursos do Fundo Estadual de Transporte e Habitação (Fethab) e do Fundo de Manutenção da Educação Básica e Valorização Profissional (Fundeb).

Um dia após a criação da CPI, Taques comunicou ao presidente da Assembleia Legislativa, deputado Eduardo Botelho (PSB), que não iria pagar as emendas parlamentares destinadas ao financiamento do Carnaval de 2018nos municípios de Mato Grosso. A medida não agradou o Legislativo.

A argumentação do chefe do Poder Executivo em ofício (011/2018-GAB-GOV) encaminhado a Botelho é de que o governo de Mato Grosso passa por grave crise financeira e que destina recursos às áreas prioritárias. Na Lei Orçamentária Anual (LOA), cada deputado estadual tem direito de R$ 5,7 milhões, dos quais 6,5% devem ser aplicados em atividades da cultura. O governador recordou a importância cultural do Carnaval no mesmo ofício, mas advertiu que a administração pública é feita de escolhas.

Mudanças no staff

Durante a solenidade de posse do novo secretário de Fazenda, Rogerio Gallo, e da nova chefe da Procuradoria-Geral do Estado, Gabriela Novis Neves, Taques reuniu uma série de lideranças políticas importantes no Palácio Paiaguás e afirmou que irá fechar o cerco aos devedores do Estado, a fim de aumentar a arrecadação e finalmente quitar as dívidas do Executivo.

“Quando nós estamos em crise, nós trabalhamos no espaço da despesa e no espaço da receita. No espaço da despesa nós já cortamos gastos, espaço da receita nós não aumentamos impostos. Eu acredito que o Estado deva ser menor. Vamos atrás de sonegadores e daqueles que cometem isenção fiscal”.

Na mesma linha, Gallo disse que pretende seguir um trabalho semelhante ao que ele vinha desempenhando na PGE e afirmou que pretende aumentar o diálogo com os Poderes, que estão entre os principais prejudicados com a baixa arrecadação do Governo.

“Nós, com a equipe da Secretaria de Fazenda, vamos entrar exatamente nessa área: da fiscalização e do combate à sonegação. Nós vamos combinar a questão do gasto público e a questão do controle do gasto, mas também trazer esse dinheiro novo, que é o dinheiro que está no bolso dos sonegadores e nós vamos trazer para o bolso do Estado. Nós vamos conversar com os Poderes, dialogar com os órgãos autônomos, para que nós tenhamos uma execução de orçamento em 2018 que seja atinente ao nosso fluxo de caixa”, disse o novo secretário.

Gabriela Novis Neves, por sua vez, também firmou o compromisso de ajudar a aumentar a arrecadação do Estado com a cobrança dos contribuintes. Ela aproveitou para parabenizar o trabalho realizado pelo colega, Rogério Gallo, ao longo do último ano.

“Esse será o foco da minha gestão: continuar com a mesma garra que a gente tem de ajudar o Estado em sua arrecadação fiscal, mas também respeitar e olhar o contribuinte. Tenho esperança de continuar o legado do Rogério, que foi brilhante, tanto que em um ano de Governo ele já assume a Secretaria de Fazenda. Somos amigos e de extrema confiança um do outro”.

Olhar Direto.

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