Tratamento pelo SUS devolve dignidade e promove a inclusão social de pacientes

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CAMARA VG

Há vinte anos se tratando da tuberculose, uma das pacientes do Centro Estadual de Referência em Média e Alta Complexidade (Cermac) passou por mais uma consulta de acompanhamento na tarde do dia 22 de março, na sede do Centro, que presta serviço especializado pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e é referência para 141 municípios. Aos 54 anos, a paciente, que mora em Cuiabá, tem um quadro de bronquite, perdeu a audição e parte da visão por causa da doença. Na sua família é a única que teve tuberculose o e contágio aos familiares não ocorreu porque ela buscou tratamento, que deve ter continuidade.

Outro paciente, que tem 65 anos, trata da doença no Cermac há 33 anos desde que sofreu um grave acidente de trânsito em 1984, quando quase morreu, e teve grande parte do seu pulmão afetado. A cada 40 dias ele passa por consulta médica com o especialista em pneumologia e já volta para casa com o medicamento que é fornecido pelo SUS. A cada três meses ele volta ao CERMAC para atualizar a receita e renovar o cadastro da farmácia para continuar recebendo o medicamento. A esposa dele, que o acompanha sempre, destaca que se não fosse o tratamento pelo SUS o marido já teria morrido.

Somente em 2017, o Cermac realizou no Ambulatório de Pneumologia 415 procedimentos de consulta na atenção especializada; 342 procedimentos de consulta médica e 494 fornecimentos de medicamentos para pacientes. O medicamento mais em conta custa R$ 39,66 enquanto que os mais caros chegam a custar R$ 3.682,00 por unidade. “Esses valores são custeados pelo Sistema Único de Saúde e cada medicamento que é comprado já tem um paciente certo e para um período determinado”, informou o farmacêutico Fernando Oliveira.

O farmacêutico ressalta a importância de o paciente ter compromisso com o tratamento, pois o SUS fornece o medicamento específico para cada usuário e para o período pré-determinado. Portanto, quando o paciente abandona o tratamento, além de colocar em risco a sua própria vida e a de outras pessoas, também causa desperdício do dinheiro público.

“O Cermac atende paciente que já passou pela rede pública municipal de saúde e que apresentou alguma resistência ao medicamento na primeira fase do tratamento, ou reações adversas ao medicamento, e quem começou o tratamento, mas abandonou, e aquele paciente que apresenta um quadro de microbactérias, que são as tuberculoses especiais”, explica Fernando Oliveira.

De acordo com a diretora do Cermac, Jocineide Rita dos Santos, a unidade especializada de Média e Alta Complexidade trata dos quadros de saúde mais graves da tuberculose e suas complicações. A diretora alerta que, para cada paciente doente sem tratamento, há o risco de contaminação de outras quinze pessoas. E o tempo de tratamento para os quadros mais graves é mais longo, variando de um ano e dois meses a um ano e seis meses; enquanto que no atendimento preventivo e inicial da doença, o tempo de tratamento é de seis meses. 

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