Após devolver cerca de R$ 17 milhões ao Estado em sua delação premiada, o ex-secretário da Casa Civil, Pedro Nadaf, passou a atuar em um novo emprego.
À Justiça, Nadaf – que é formado em Direito – alegou que está trabalhando na empresa Vale Formoso Distribuição Ltda (razão social do Atacado Mendonça), em Várzea Grande.
A distribuidora, que atua no setor de distribuição de alimentos, pertence ao empresário do ramo atacadista Fernando Mendonça, que foi um dos alvos da Operação Ararath, da Polícia Federal.
Mendonça teve sua residência e sua empresa vasculhadas em fevereiro de 2014, durante cumprimento de mandado de busca e apreensão.
Em sua delação, Nadaf narrou 48 crimes cometidos durante a gestão do ex-governador Silval Barbosa e do ex-governador e atual ministro da Agricultura, Blairo Maggi (PP).
A maior parte dos crimes delatados envolve exigência de propina de empresários em troca da concessão de vantagens, como incentivos fiscais e contratos, além de esquemas de superfaturamento, desvios e lavagem do dinheiro obtido.
A delação foi homologada em março do ano passado pelo ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF).
As oitivas foram conduzidas pela procuradora da República Vanessa Zago Scarmagnani, que atua em Mato Grosso.
A delação
Com a colaboração, Nadaf devolveu R$ 16,9 milhões ao Estado por meio da entrega de 27 imóveis e de outros R$ 484,5 mil que já haviam sido bloqueados de sua conta, além da entrega dos pagamentos de aluguéis de outros nove imóveis.
Nadaf ainda vai devolver outros R$ 578 mil à União por meio de cinco parcelas anuais de R$ 115,6 mil (acrescidas de juros e correção), sendo que a primeira foi paga em setembro do ano passado e a última deve ser quitada em setembro de 2021.
Em troca da colaboração e da devolução de bens e dinheiro, a PGR se comprometeu a requerer a redução de 2/3 da pena de Nadaf nas ações penais derivadas das operações Ararath, Sodoma e Seven.
Em caso de condenação, o acordo prevê que os primeiros cinco anos da pena serão cumpridos em regime semiaberto, que pode ser retraída pelo tempo em que Nadaf permaneceu na cadeia – quase um ano -, com uso de tornozeleira eletrônica.
Midia News.