“Não temos dia marcado, nem previsão para terminar a paralisação. Vamos continuar até termos a nossa resposta”. A afirmação é do caminhoneiro Osmar Rodrigues Martins, que está acampado em um dos 25 bloqueios de rodovias em Mato Grosso.
Na manhã desta quinta-feira (24), o MidiaNews esteve no Distrito Industrial, na BR-364, em Cuiabá, onde pelo menos 500 profissionais estão reunidos.
No local apenas carros de passeio, ambulâncias, ônibus, cargas vivas e perecíveis estão sendo autorizados a seguir viagem.
Os efeitos do movimento já começaram a aparecer com maior intensidade na manhã desta quinta-feira (24), quando postos de combustíveis já começaram a ficar sem gasolina, etanol e diesel. Está praticamente impossível achar um posto sem filas – isso quando há combustível.
O setor alimentício também já estão demonstrando preocupação com a falta de produtos.
Rodrigues, "eleito" porta-voz do grupo no momento em que a reportagem esteve no local, é caminhoneiro há mais de 15 anos e relatou que a categoria não pretende aceitar qualquer acordo. Além da redução do diesel, eles querem zerar o PIS/Cofins e a Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico) do diesel.
“Tudo o que o Governo ofereceu até agora não foi cumprido. Nós já temos projetos tramitando na Câmara desde 2015, tanto que não é a primeira paralisação. Mas hoje nós estamos decididos a continuar a luta. Nós não temos respaldo federal, não temos presidente da República, não temos presidente da Câmara dos Deputados, nem deputados que nos representem. Infelizmente estamos por conta, na verdade o País inteiro está por conta da população”, disse.
“Agora nós temos o apoio da população. A Uber ontem aderiu à paralisação, hoje os escolares também. Então tudo isso só vem somar. E eu convido a todo brasileiro a vir junto, porque não é um momento só dos caminhoneiros, mas sim do povo brasileiro lutar para que amanhã nós tenhamos um futuro melhor para nossas famílias e para a nação”, afirmou.
Ele também criticou a proposta oferecida pelo Governo a respeito da retirada do imposto do Cide.
“Foi oferecida pelo Governo a retirada da Cide. Isso dá 2% de redução. É uma brincadeira com a nossa categoria, que é uma categoria que transporta o País nas costas, que leva o alimento para toda população brasileira, para as indústrias… Hoje eles estão sentindo o valor de um caminhoneiro numa rodovia, porque a hora em que eles forem abrir a geladeira, não vai ter um leite, não vai ter um pão ou queijo”, comentou.
Sem ônibus
Outro reflexo do movimento dos caminhoneiros é a possível paralisação de 100% da frota do transporte coletivo.
No começo da tarde de hoje, as empresas de Cuiabá reduziram pela metade a circulação dos veículos.
De acordo com informações levantadas pela reportagem, o estoque de combustível das empresas deve durar apenas até o meio dia de sexta-feira (25).
Caso a situação não seja normalizada, há uma possibilidade do transporte público na Capital parar 100%.
Bloqueios em MT
No quarto dia do protesto nacional dos motoristas de caminhão, já são 25 os pontos de paralisação nas rodovias federais que cortam Mato Grosso. Confira:
1. BR-070, km 504, em Cuiabá
2. BR-364, km 398, em Cuiabá
3. BR-364, km 200, em Rondonópolis
4. BR-163, km 119, em Rondonópolis
5. Br-364. Km 613, em Diamantino
6. BR-163, km 593, em Nova Mutum
7. BR-070, km 276, em Primavera do Leste
8. BR-070, km 282, em Primavera do Leste
9. BR-070, km 376, em Campo Verde
10. BR-070, km 383, em Campo Verde
11. BR-163, km 691, em Lucas do Rio Verde
12. BR-163, km 821, em Sinop
13. BR-163, km 746, em Sorriso
14. BR-163, km 1065, em Guarantã do Norte
15. BR-174, km 288, em Pontes e Lacerda
16. BR-364, km 1191, em Campos de Júlio
17. BR-364, km 1120, em Sapezal
18. BR-174, km 488, em Comodoro
19. BR-070, km 005, em Barra do Garças
20. BR-070, km 008, em Barra do Garças
21. BR-158, km 564, em Água Boa
22. BR-364, km 878, em Campo Novo do Parecis
23. BR 158, km 130, em Confresa
24. BR-070, km 735, em Cáceres
25. BR-163, km 750, em Sorriso
Fonte: Mídia News