PJMT investe na conversão de dados em conhecimento

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CAMARA VG

O Poder Judiciário de Mato Grosso cresceu muito nos últimos anos e, diante da complexidade e do volume de informações produzidas, se modernizou e investiu em Business Intelligence (B.I.) para garantir a eficiência dos resultados. O método ‘tentativa e erro’ deixou de ser aceitável. A busca é cada vez maior por informações precisas e confiáveis, que darão suporte à gestão, auxiliando na tomada de decisões, otimização do trabalho, redução de custos, e elaboração de previsões e estratégias para o futuro da instituição.

“Os contratos, os recursos humanos e a execução orçamentaria representam um grande volume de dados que precisam virar algo útil. Não basta só o dado perdido na organização. Precisamos saber quanto sobra de recurso financeiro, qual a demanda de recursos humanos em cada área, a taxa de congestionamento em cada comarca, o lotacionograma de cada vara, para, cruzando essas informações, tomarmos decisões como: tenho dinheiro para contratar 10 pessoas, para onde elas vão?”, argumentou o juiz auxiliar da presidência do Tribunal de Justiça, João Thiago de França Guerra.

Para o juiz auxiliar, tomar essas decisões com assertividade sempre foi uma missão complicada para o TJMT, pois, apesar de haver excesso de informação, ela não é consumível. “Historicamente sempre foi delicado tomar decisão com base em informações espalhadas, desestruturadas e que demoravam a ser compiladas. Assim, era praticamente impossível tomarmos uma decisão em tempo real. Por isso iniciamos, já nas gestões anteriores, um esforço de introduzir no Judiciário mato-grossense uma gestão orientada por dados, que se traduz essencialmente em uma estratégia de business intelligence analytics. Hoje temos um desenho bem claro do que podemos fazer e como podemos fazer a implantação do B.I.. E o produto mais maduro que temos é o Omni, que corresponde à aplicação de business intelligence na área de litígio, tanto de 1° quanto do 2° Grau”, acrescentou.

O Omni é uma base de dados padronizada e estruturada, que reúne informações dos múltiplos sistemas de gerenciamento de processos nas duas instâncias. Ou seja, ele é responsável por pegar um mar de informação e transformar em algo estruturado, padronizado, parametrizado, e pronto para consumo. Atualmente ele passa pela etapa de homologação da qualidade da informação, que é conferida pelos setores responsáveis. “A experiência do Omni permitiu que o PJMT desenvolvesse um método de trabalho que está sendo expandido para aplicação em outras áreas. Estruturamos um Escritório de Ciência de Dados (ECD) para ser o guardião dessa metodologia de preparação, qualificação e consumo de informações”, revelou João Thiago Guerra.

Segundo o juiz auxiliar da presidência do TJMT, o ECD é uma iniciativa da administração no sentido de aprimorar o processo de tomada de decisão. O escritório é composto por seis servidores, sendo três do Departamento de Aprimoramento da Primeira Instância (Dapi), um da Coordenadoria de Planejamento (Coplan), um da Coordenadoria de Tecnologia da Informação (CTI) e outro da Coordenadoria Judiciária. A equipe foi blindada para a iniciativa e trabalha exclusivamente com inteligência de negócios desde agosto de 2017. “Por meio do Escritório de Ciência de Dados, o conhecimento está sendo espalhado pela organização. Além da ação no litígio, temos outras duas ações de B.I. acontecendo, uma na Coordenadoria de Recursos Humanos e na Coordenadoria de Magistrados, e outra na Coordenadoria Financeira”, acrescentou.

O magistrado reforça que não há mais espaço para erro. “Se hoje eu tiver dinheiro para contratar servidores, preciso saber exatamente para onde mandá-los, quais as unidades mais estranguladas, onde eles farão diferença e onde a presença deles será mais útil para o Poder Judiciário. E é esse tipo de informação que a cultura de dados vai trazer para a administração. Será possível mensurar com exatidão quantos processos são distribuídos em cada vara no Estado, a taxa de congestionamento das varas, comarcas e polos. O Judiciário vai saber, por exemplo, qual o ritmo da execução orçamentária, se há sobra de recursos, qual o lotacionagrama e onde faltam pessoas, para poder tomar a melhor decisão, a mais assertiva e que tem mais impacto na efetividade do serviço judicial. Estamos otimizando nossa capacidade de resposta, nosso tempo e nossa assertividade. Melhores respostas em menos tempo significam um Poder Judiciário mais eficiente”, encerrou.

Responsável pelo Escritório de Ciência de Dados e idealizador do projeto Omni, o assessor de projetos de sistemas do Dapi Uiller Prado ressalta que a unidade entregará para os usuários das áreas de negócio capacidade analítica, pois o próprio setor conseguirá montar o que espera de um relatório de informação e, a partir daí, tomar decisões com base no conhecimento. “Passaremos a ter um formato de acesso à informação que não tínhamos antes, o que vai permitir o estudo do comportamento da área como um todo. Além disso, vamos estimular que as decisões sejam pautadas em dados”, afirmou. Atualmente a plataforma de análise de dados Qlik, que é uma ferramenta de B.I., já está consumindo do Omini os elementos de litigiosidade e gerando painéis de instrumentos com indicadores que facilitam a compreensão das informações. A fase ainda é de testes e as áreas responsáveis pelos dados precisam validar a qualidade dos mesmos.

 

 

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