Jazonias Araújo dos Santos, preso pelo homicídio de Cristian Marques da Silva, de 17 anos, e pela tentativa de homicídio de M. A. S., de 15, ambos seus ex-enteados, no dia 16 de outubro de 2017, alegou insanidade mental em sua defesa, mas permanecerá preso. O Juiz Vagner Dupim Dias, da Terceira Vara Criminal e Cível de Juara, não aceitou o argumento e determinou que ele seja julgado por Júri Popular. O crime teve requintes de crueldade. Jazonias, após matar Cristian, gravou áudios pelo Whatsapp e os enviou à mãe do garoto.
Em uma decisão do último dia 17 de outubro, o juiz Vagner Dupim Dias determinou que Jazonias seja julgado por Júri popular pelo homicídio consumado contra a vítima Cristian Marques da Silva e pela tentativa de homicídio contra o irmão do adolescente, M.A.S.
Jazonias teria atacados os garotos como forma de “punir” sua convivente, mãe das vítimas, ao supor que havia sido traído. Antes de cometer o crime ele teria feito diversas ameaças à mulher e prometeu matar os filhos dela. Depois de consumar o crime ele ainda teria enviado mais mensagens à mãe das vítimas, dizendo “E aí lú? você gostou de ver seus dois filhos morto? gostou? eu amei matar!”.
A defesa de Jazonias alegou que não existem provas suficientes para determinar a autoria do crime por parte do acusado e também pugnou que fosse instaurado o incidente de insanidade mental para avaliar a condição psiquiátrica de Jazonias.
O magistrado, no entanto, indeferiu este pedido e considerou que o crime ficou comprovado com todos os exames e provas apresentados, além dos depoimentos das testemunhas. A mãe das vítimas relatou em juízo que Jazonias fazia ameaças à seus familiares.
“A genitora das vítimas, relatou em juízo, grosso modo, que o acusado não aceitava a separação, e dizia que caso o largasse mataria a família toda. Relatou, ainda, que ele já havia ameaçado seu filho Cristian com faca, bem como disse para seu filho D. que era pra ele vender a moto e comprar dois ternos e dois caixões, pois ele mataria os dois”, relata o juiz em trecho da decisão.
Outras testemunhas corroboraram esta versão, e disseram que durante o relacionamento da mãe dos garotos com Jazonias, ele sempre foi muito ciumento e agressivo. De acordo com o policial militar que testemunhou, ao ser preso Jazonias teria confessado o crime.
O juiz então manteve a prisão preventiva contra o acusado, indeferiu o pedido de instauração de incidente de insanidade mental e determinou que ele seja julgado pelo Tribunal do Júri.
“Assim, analisando os termos da denúncia e a substrato fático produzido no curso da instrução processual em juízo, vejo que há dados empíricos produzidos sob o crivo do contraditório que permitem ao Parquet sustentar em Plenário as qualificadoras, razão por que o Tribunal do Júri, em sua soberania, é quem compete apreciá-las, com melhores dados, em face da amplitude da acusação e da defesa”.
O caso
Por volta das 4h20 do dia 16 de outubro de 2017, Cristian Marques da Silva, de 17 anos foi encontrado morto e seu irmão M. A. S., de 15, esfaqueado. A mãe contou que recebeu uma ligação de seu tio, dizendo ter recebido mensagem de J. A. S., de 45 anos, ex-companheiro da mãe das vítimas, pelo WhatsApp e disse ter matado os dois adolescentes.
O irmão mais velho dos garotos foi então até a casa e encontrou o portão aberto. No quarto ele viu Cristian deitado na cama, com um corte no pescoço, já sem vida. O adolescente de 15 anos estava na sala, deitado no sofá, com ferimentos no pescoço e na cabeça, ainda consciente. O socorro foi acionado e o garoto encaminhado à Unidade de Pronto Atendimento (UPA).
A mãe das vítimas disse que os meninos não se davam bem com seu ex-companheiro. Ela havia rompido o relacionamento com o suspeito, mas ele ameaçou matar os filhos dela, e com medo a mãe ainda tentou reatar a relação.
Fonte: Olhar Direto